agosto 27, 2011

Cinemas

Passando uns dias no Porto antes de voltar à capital, e coincidindo com a estreia do documentário sobre Ceausescu, resolvi ir ao cinema. Tal não é a minha surpresa quando verifico que nenhuma sala do Porto ou Grande Porto tem em exibição este documentário.

Mas surpresa ainda maior foi ver que a cidade do Porto tem apenas um local para se ver cinema: um centro comercial com cinema Lusomundo que passa exactamente os mesmo filmes existentes nos grandes centros comerciais da periferia, Gaia ou Matosinhos, que estão a poucos quilómetros e minutos de distância. Não sei a que se deve o encerramento do cinema no shopping Cidade do Porto que sempre passava filmes distintos dos restantes - viabilidade financeira, com grande probabilidade. Certo é que uma cidade como o Porto, mais o aglomerado que vive em seu redor, não tem possibilidade de assistir a filmes distintos daqueles que o império Lusomundo distribui.

Bem sei que em Lisboa a oferta cultural (teatro, dança, cinema, música, etc) é bem superior ao resto do país e que isso tem razões que não importa agora referir. Mas não deixa de ser preocupante tal discrepância no que respeita ao cinema. E eu referi o caso do Porto como poderia também falar de Évora, Bragança, Braga, Coimbra, Faro e por aí fora.

agosto 24, 2011

Barcelona

Como adepto portista, uma das primeiras recordações de jogos do clube, a seguir aos 0-5 em Bremen, é uma meia-final da Taça dos Campeões Europeus contra o FCBarcelona em 1994. Na altura, jogava-se apenas numa partida e o FCPorto foi cilindrado por 3-0. Dois golos de Stoichkov e um golão de Koeman foram suficientes para acabar com as esperanças dos adeptos noutra vitória europeia. Mas desse jogo o facto mais importante é a colocação de Aloísio, defesa-central de raiz e ex-jogador do FCBarcelona, a lateral-esquerdo. Imaginam a festa que foi para o búlgaro Stoichkov que marcou dois golos devido a erros directos do brasileiro. Robson devia estar sob efeito de alguma substância perigosa para se ter lembrado de tal coisa.

O jogo de sexta-feira do Mónaco traz também outras recordações de embates contra o FCBarcelona. Na época 99/00, na segunda fase de grupos, o FCPorto fez um muito boa exibição em Camp Nou, onde perdeu 4-2, com dois golos de Jardel, melhor marcador dessa edição da Champions. O jogo frente ao colosso despertou nos adeptos portistas, e até no presidente, uma euforia tal que durante as duas semanas que separaram os encontros do Camp Nou e das Antas, o universo portista só falava na "vingança". Encheu-se o estádio - eu também fui - na esperança de tombar, ainda que na fase de grupos, um grande europeu. Pois bem, a classe daquela equipa "holandesa" de Van Gaal foi demasiado para a equipa que Fernando Santos inventou. O desalento portista nessa noite era enorme, como calculam - ainda por cima sofremos um golo do Abelardo(!!).

Mas o confronto com o FCBarcelona para a Supertaça Europeia não remete para lembranças exclusivas de confrontos com a equipa da Catalunha. A minha geração nunca viu o FCPorto ganhar esta Supertaça. É, aliás, o único título que me falta ver conquistado pelo meu clube. As derrotas com o ACMilan e Valência foram muito dolorosas. Contra os italianos, porque jogámos melhor. Contra os espanhóis, porque éramos melhores mas uma pré-época super atribulada não deu espaço para uma preparação adequada.

Na sexta-feira duvido que vá assistir, finalmente, à conquista da Supertaça pelo meu FCPorto. O actual FCBarcelona é uma das melhores equipas de sempre e tem dos melhores do mundo, jogando um futebol dificílimo de contrariar. Por outro lado, o FCPorto perdeu Falcao, Villas-Boas e ainda anda à procura de estabilidade neste início de época. Hulk, Moutinho, Guarín, Hélton, Rolando e companhia precisam de estar numa super noite. O meu entusiasmo é bem menor do que naquela noite nas Antas, em 2000. O que até pode ser bom.

Um último recado: Vítor Pereira, não inventes.