No programa "Corredor do Poder" da RTP1 do dia 7 de Maio, há uma pérola que não devia ter passado despercebida aos portugueses minimamente interessados. O protagonista: Marco António Costa, vice-presidente da Câmara de Gaia e representante do PSD.
Já no final do programa, os "paineleiros" de serviço foram convidados a comentar uma sondagem da Católica. Nuno Melo, muito irritado pelo facto de o seu CDS só ter 2% na sondagem, fez um exercício populista de baixo nível. Mas nem é por aí que vou entrar. Então que comentário teceu Marco António?
Marco tem "muitas dúvidas sobre a validade e sobre a qualidade do ponto de vista científico" da sondagem da Católica. Já é muito grave um político tecer esta afirmação sobre um dos centros de estudos de sondagens mais credíveis do país. Mas há pior. A razão que Marco António aponta para que não seja atribuída cientificidade à sondagem é a seguinte: o facto de 52% dos inquiridos terem respondido ou que não vão votar, ou que não sabem em quem vão votar, ou mesmo os que não respondem. Portanto, para esta criatura a abstenção não conta, as sondagens só deviam interrogar quem vai votar, esses sim são os melhores cidadãos. Os outros não interessam para nada. Está aqui a prova de como os nossos políticos encaram os cidadãos. Serem eleitos por apenas 40% dos eleitores não lhes causa nenhuma espécie.
ps: sobre o tema ver o blogue de Pedro Magalhães, Margens de Erro. Nele discute-se sondagens e opinião pública. E tem outra vantagem. Pedro Magalhães é o director do CESOP, o centro de estudos e opinião da Universidade Católica.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Construções