"A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá..." (Chico Buarque)
outubro 31, 2009
outubro 30, 2009
Álbuns
Nesta lista do "Blitz" há álbuns que me dizem muito: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" do Zé Mário, "Um Homem na Cidade" do Carlos do Carmo, "Cantigas de Maio" do Zeca, "Ar de Rock" do Rui Veloso, "Por este rio acima" do Fausto, "Viagens" do Abrunhosa, "Humanos" dos Humanos mas também do Variações e, por último, "Cinema" do Rodigo Leão são dos melhores discos que eu tenho e neles estão as melhores músicas portuguesas. Faltam alguns, claro. Nestas coisas de listas há sempre injustiçados. Para mim falta lá o Godinho mas eu percebo a não inclusão dele. Não há um grande disco de originais do Sérgio Godinho. "Pano Crú" é um muito bom álbum mas não chega ao nível de outros da lista. Os melhores do Sérgio são os gravados ao vivo em que reúne as suas melhores composições, e o "Irmão do Meio" é o melhor álbum desta década da música portuguesa, só que não é de originais.
Talvez os Belle Chase Hotel tivessem lugar na lista dos anos 90, em vez de um dos álbuns dos Ornatos Violeta. "Independança" não é o melhor do GNR, prefiro muito mais "Popless". Mas, no global, acho que é uma lista justa.
outubro 29, 2009
Secretários
Na lista de secretários de Estado deste novo governo saltam à vista quatro nomes bastante incompetentes: Laurentino Dias, Válter Lemos, Marcos Perestrello e José Junqueiro.
outubro 28, 2009
outubro 27, 2009
Relações internacionais
Tenho-me esquecido de fazer aqui uma referência ao blogue do meu amigo André Matos. Lá encontram bons textos sobre o futuro doutor em Relações Internacionais. Internacionalizzando, visitem.
NBA
outubro 26, 2009
outubro 23, 2009
Mulheres no governo
Anda tudo muito entusiasmado com o facto de haver cinco mulheres no governo. É evidente que é uma boa notícia, mas nada mais. Sobre isto, conto-vos uma história.
Estava eu no 11ºano e Sócrates tinha acabado de apresentar o seu primeiro elenco governativo. Apenas duas mulheres, Isabel Pires de Lima e Maria de Lurdes Rodrigues. Nesse mesmo ano tive o azar de ter uma das piores professoras que há, digamos, no mundo. Era de Geografia e ela percebia tanto daquilo como eu de críquete, ou seja, nada. Para além de não dominar a disciplina achava-se muito boa e estava sempre a mandar opiniões sobre tudo. Uns dias depois de se conhecer o novo governo, ela chegou à aula muito furiosa por só haver duas ministras e, acrescentou, tinha a certeza que aquelas iam ser as melhores do governo. Perante tanta idiotice junta não me contive. Disse-lhe que género não significava qualidade, perguntei-lhe se as conhecia - respondeu que não - e que dali a quatro anos lhe iria questionar como avaliava essas ministras. Hoje adorava saber o que pensa ela, por exemplo, de Maria de Lurdes Rodrigues.
Novo governo
(foto via Corporações)
Sócrates demorou a apresentar o elenco governativo. Seja por uma questão de calendário ou por dificuldade na formação, o que é certo é que, mais uma vez, não houve fugas de informação.
O que salta à vista neste novo governo é a continuidade do núcleo duro. Santos Silva, Vieira da Silva, Teixeira dos Santos, Luis Amado e Silva Pereira continuam ao lado de Sócrates que, politicamente, se reforçou com Jorge Lacão, Tiago Silveira, Alberto Martins. O primeiro, que já foi líder parlamentar do PS nos primeiros dois anos de Guterres no Governo, terá uma dura tarefa. Mas, tal como Francisco Assis, a sua escolha parece ter um propósito: a experiência política em governos de maioria relativa. Já Alberto Martins terá um ministério pouco dado a visibilidade. Veremos se terá capacidade para fazer alguma coisa diferente ou se continuará a alinhar pelo mesmo diapasão dos seus antecessores: não mexer em quase nada. Tiago Silveira tomará conta da secretaria de Estado da presidência do conselho de ministros, a secretaria de estado mais política de todas, o que é manifestamente uma prova de confiança em Tiago Silveira, que já participou num governo de Guterres, também como sec. de Estado.
Sócrates teve que mudar algumas caras em ministérios problemáticos. Educação, Obras Públicas e Agricultura têm novos ministros e o 1ºministro optou, nas três pastas, por não escolher pesos políticos do PS mas sim pessoas não tão ligadas ao partido, o que não deixa de ser uma estratégia a assinalar para ministérios que provocaram muitas dores de cabeça a Sócrates. Segurança Social, Cultura e Ambiente têm também novos ministros (nos três casos, ministras) que também podem se consideradas escolhas mais técnicas do que políticas. Veremos se é desta que temos uma verdadeira ministra da Cultura e uma verdadeira ministra do Ambiente, depois dos desastres do último governo.
Por fim há que referir três manutenções, menos políticas em relação às que mencionei acima, por não corresponderem ao núcleo duro político de Sócrates. Se Ana Jorge manter-se na Saúde não é surpresa, a manutenção de Rui Pereira e de Mariano Gago pode ser entendida como um prova de confiança do 1ºministro em relação ao trabalho realizado pelos dois ministros. Mas, no meu entender, são aqueles que mais podem sofrer caso Sócrates tenha que fazer uma remodelação daqui a seis/oito meses. Se com maioria absoluta houve muito poucas remodelações, agora espera-se que o governo seja remodelado com maior frequência. A não ser que corra tudo excepcionalmente bem ao PS e tudo muito mal às oposições.
outubro 22, 2009
Liberdade de imprensa
Ler, sem falta, este texto da Fernanda Câncio a propósito das idiotices que se dizem por aí sobre a liberdade de imprensa e o ranking dos Reportéres Sem Fronteiras.
Mundial 2018
Sendo certo que a construção de vários estádios para o Euro 2004 foi um erro estrutural do país, investindo em infra-estruturas desnecessárias face à situação económica nacional, não se percebe como é que agora se pode estar contra a candidatura ao Mundial de 2018. Se na altura o Euro 2004 trouxe vários benefícios a Portugal, organizar um Mundial, ainda que conjuntamente com Espanha, traria ainda mais benefícios. Por isso é incompreensível que pessoas que foram contra a construção dos estádios e que argumentam que muitos deles não servem para nada - argumento mais que válido, sem dúvida - estejam agora contra a candidatura de Portugal ao Mundial, oportunidade perfeita para dar utilidade aos estádios e para ter um importante retorno financeiro - ou alguém acredita que um Mundial co-organizado por nós e pela Espanha, tendo nós já as infra-estruturas necessárias, traria um prejuízo financeiro?!?! O mal está feito, agora é tentar compensar ao máximo os erros cometidos.
outubro 21, 2009
Humor
Gato Fedorento? Contemporâneos? Detective Cantor? Não, de todo. A peça humorística de maior valor esta semana pertence a Rita Rato, deputada pelo PCP, licenciada em Ciência Política e Relações internacionais. Leiam a entrevista que concedeu ao Correio da Manhã e digam se não é de levar às lágrimas.
outubro 20, 2009
Espinho
Eu até nem tenho grande simpatia pelo autarca de Espinho do PS - a cidade não evoluiu nada neste últimos dez anos - mas se isto for verdade é demasiado grave para não haver sanções. Manuela Ferreira Leite, a dona da verdade, que na noite eleitoral se referiu a Espinho mais do que uma vez, congratulando-se com a vitória do PSD, pode ser que engula muito bem essas palavras.
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outubro 19, 2009
outubro 18, 2009
Button
As vinte primeiras voltas que Button hoje realizou no GP do Brasil em Interlagos servem para demonstrar porque é que ele merece ser campeão este ano. Aquele início de campeonato teve grande influência. Mas Button é muito talentoso - demonstrou-o quando teve um bom carro na extinta Honda - e este ano teve a oportunidade da vida. Agarrou-a e de que maneira. Hoje provou que queria ser mesmo campeão. Para o ano, se o Hamilton tiver o carro que teve apenas na segunda parte da época, haverá um grande duelo britânico.
O eterno segundo
Rubinho vai ficar para sempre conhecido como o melhor número dois da Fórmula 1 dos últimos 15 anos. Há pessoas que, mesmo sendo excepcionais, encontram sempre alguém ainda melhor. Rubinho, depois de Schumi, teve agora que levar com Button. Tenho pena, Rubinho, principalmente por ti. E lá se vai mantendo a minha tese: depois de Senna, mais nenhum brasileiro conseguirá ser campeão do mundo de F1.
outubro 16, 2009
Líderes parlamentares
Três partidos já elegeram os seus líderes parlamentares. O PS, o PSD e o Bloco - o PCP deve nomear Bernardino Soares.
Comecemos pelo líder da bancada do PS. Francisco Assis é um deputado com muita experiência e já ocupou este cargo durante os governos de Guterres. Não foi à toa que Sócrates foi escolher um deputado que liderou a bancada no tempo do "diálogo", agora que o PS volta a liderar um governo sozinho e sem maioria absoluta. Mas será a experiência de Assis suficiente para lidar com um Parlamento desejoso de ver Sócrates e o PS cairem? Duvido. E esta nomeação pode indicar que o governo será bastante político.
O futuro líder parlamentar do PSD não é novidade nenhuma. Aguiar Branco há muito que é apontado como líder da bancada social-democrata. Não o foi quando Ferreira Leite entrou é-o agora. Olhando para a actual bancada do PSD não era difícil prever esta eleição. Será, novamente, um mau grupo parlamentar com um líder demasiado mau para combater o governo e, principalmente, Sócrates nos debates quinzenais. Isto partindo do pressuposto que Ferreira Leite abandona nas próximas semanas o cargo de líder do PSD. Aguiar Branco é uma nulidade política. Um espelho do PSD.
Já a aposta do Bloco é arriscada. José Manuel Pureza é um estreante no Parlamento mas uma estrela do partido já há muitos anos. Um grande trunfo do partido para esta legislatura e, quem sabe, esta é a preparação para substituir Louçã daqui a uns anos. Veremos até que ponto a falta de experiência parlamentar afectará Pureza. Duvido muito. Mas é um grande desafio.
outubro 15, 2009
Golfe
Eládio Clímaco
A RTP e a televisão portuguesa não serão as mesmas depois do desaparecimento de Eládio Clímaco. Digo isto sem ponta de ironia.
TMN vs Vodafone
A publicidade tem a sua importância e a sua graça. As empresas de telecomunicações são, em Portugal, as que têm, geralmente, as melhores campanhas. A TMN, muito recentemente, investiu numa campanha para lembrar ao público que já têm sete milhões de clientes. Para isso, usou figuras bem conhecidas dos portugueses - depois de no Verão ter usado dois actores brasileiros - e criou um coisa diferente: pegou em vários pares e, informaticamente, fez uma fusão entre eles. Sá Pinto, Rui Costa, RAP, Zé Diogo Quintela, Lúcia Moniz, Rui Reininho, entre outros, foram os trunfos da TMN para esta campanha. Dificilmente uma pessoa fica indiferente a esta campanha.
A Vodafone respondeu quase de imediato. Duas semanas depois, espalhou nos outdoors um cartaz muito simples. Todo vermelho, só com uma inscrição: "power to you". E, a avaliar pela cidade de Lisboa, apostaram muito forte pois há avenidas que têm, no mínimo, cerca vinte destes cartazes. A campanha televisiva da Vodafone também utiliza uma figura pública, a actriz Eva Mendes. Mas a publicidade de rua é completamente diferente e muito mais forte do ponto de vista visual.
Não percebo nada de publicidade mas acho engraçada esta "guerra". E também consigo perceber porque é que a TMN tem mais clientes. Apesar da publicidade de rua da Vodafone ser extremamente feliz, ela tem um defeito muito grande: a inscrição em inglês. "Até já" e a cara do Sá Costa ficam muito mais na cabeça do que "power to you".
Maitê
A indignação com o vídeo de Maitê, para além de exagerada, é infantil. A senhora é parva, ok, deixem-na ser. Agora, tanta indignação porquê? Eu, no dia-a-dia, passo a vida a ouvir portugueses a ofender brasileiros. Indignação maior provoca-me a música do Pingo Doce. É impossível fazer compras com aquela banda sonora. Apetece, sei lá, estrangular qualquer criatura que apareça à frente vestida de verde e preto. Deixem a Maitê em paz, por favor.
outubro 13, 2009
Caso de polícia
Uma das boas notícias das eleições autárquicas foi a não eleição de Hernâni Carvalho, o dito jornalista policial. Em Odivelas, a criatura ficou apenas a 1300 votos da candidata do PS. Não é que eu tenha alguma coisa a ver com Odivelas: é quase zero, quase nem conheço aquela cidade. Mas ver uma criatura daquelas a mandar num concelho como o de Odivelas seria demasiado mau.
outubro 12, 2009
Rio, o Rui
Ganhou, e bem. Nenhuma surpresa. Serão mais quatro anos muito semelhantes aos oito anteriores. Corridas de automóveis e aviões, espectáculos do La Féria, as contas aparentemente em ordem, umas reabilitações de alguns jardins e pouco mais. Que sirva para o PS preparar convenientemente um candidatura forte quando tiver que defrontar Menezes daqui a quatro anos.
Santana
Aqueles vaivéns constantes entre dois prédios, a responsabilização da CDU pela vitória do PS, os ataques às empresas de sondagens e o facto de assumir que será, em princípio, vereador foram os pontos altos da noite. Principalmente a nível de humor. Santana fez um boa campanha e teve um bom resultado. Mas tinha pela frente um candidato a sério. Não está habituado.
Francisco Louçã
Um dos maiores derrotados da noite. Falhou em toda a linha a sua estratégia autárquica. E tudo começou há um ano e meio com Sá Fernandes. Não eleger vereadore em Lisboa ou no Porto é um desastre. Será esta a melhor altura para Louçã, finalmente, sair? Num partido normal assim o seria. Mas o Bloco é diferente. Veremos quanto tempo aguenta essa "diferença" sem começar a perder votos. A próxima legislatura é um teste muito sério a Louçã. E ao Bloco.
António Costa
Autárquicas - rescaldo
É sempre difícil dizer quem ganha eleições autárquicas. Que houve 308 vencedores, disso ninguém tem dúvida. Mas é possível fazer uma pequena referência às consequências a nível nacional que estes sufrágios produzem nos diversos partidos.
Para mim, quem tem mais câmaras ganha. E por isso o PSD venceu. Mas não foi uma grande vitória, muito longe disso. Foi apenas um vitória técnica já que este partido, que concorreu em várias câmara coligado com o CDS-PP, perdeu vários mandatos e presidências de concelhos importantes. A derrota em Leiria foi a mais surpreendente. A vitória em Faro a mais saborosa. Ou seja, a vitória técnica não dá para festejar.
Quanto ao PS, que partia com expectativas baixas, conseguiu um bom resultado e pode contentar-se com o facto de ter ganho maior número de mandatos e maior número de votos - o que não é suficiente para dizer que ganhou mas é moralmente importante. Ganhar Leiria ou Beja foram factos muito importantes para que as hostes socialistas estivessem, ontem, de bom humor.
A CDU, terceira força política, teve uma eleição medíocre. Apesar de alguns bons resultados - Alpiarça e reforço em Setúbal p.e. -, perder Beja, mesmo com mais votos, perder a Marinha Grande, perder Sines ou mesmo não conseguir Évora, fazem com que a CDU não possa estar minimamente satisfeita.
O CDS, que foi muleta do PSD em muito lado, aproveitou as coligações para aumentar o número de vereadores e deputados municipais. Mas isso não pode desmascarar que este partido continua com grandes dificuldades locais. O PSD vai agradecendo esta muleta. E o CDS também, obviamente. Destaque para a manutenção de Ponte de Lima, apesar da saída de Campelo.
Por fim, o Bloco. Mantém Salvaterra mas não consegue vereadores nem em Lisboa nem no Porto. Não consegue tornar-se mais forte a nível local e, por isso, as eleições de ontem foram um desastre para o BE.
outubro 11, 2009
outubro 09, 2009
Os erros de Elisa Ferreira
1- Ter sido eterna candidata à câmara do Porto.
2- Ter pensado que seria fácil ganhar a Rui Rio apenas com ideias gerais para o Porto.
3- Não se ter preparado para a campanha. Como não esteve no Porto nos últimos anos, era mais difícil estar por dentro de quase todos os assuntos. Nos debates perdeu por não conhecer a fundo a situação da Câmara do Porto. Imperdoável.
4- Não ter conseguido unir a esquerda. Tinha esse perfil mas algo falhou. Contar com Rui Sá nas suas listas era uma grande mais-valia. Mas a culpa não terá sido só da parte de Elisa Ferreira.
5- Ter assumido que sairia de Bruxelas para vir para o Porto, depois de ainda este ano ter sido eleita para o Parlamento Europeu. Não lhe ficou bem. Deveria ter assumido que acumularia as duas funções.
ps: apesar dos erros, há pelo menos duas grandes virtudes na candidatura de Elisa Ferreira ao Porto: ter reunido uma boa equipa e ter renunciado ao PS-Porto, esse conjunto de horrorosas criaturas que só pensam neles. E a peronalidade de Elisa é também uma virtude, apesar de o Porto ter um povo que gosta mais de pessoas agressivas. O Porto ainda não está preparado para ter uma mulher a mandar.
Cartas
Hoje celebra-se, entre outras coisas, o dia mundial dos correios. E aproveita-se para recordar Cássia Eller, "ECT".
outubro 06, 2009
Autárquicas - vitórias e derrotas
Toda a gente sabe que ganhar autárquicas significa ter mais câmaras. Mas, nestas autárquicas, os partidos têm batalhas mais singulares que serão decisivas para poderem dizer que tiveram um bom resultado, independentemente do número de municípios. Vejamos.
Para o PS, que dificilmente conseguirá ter mais câmaras, perder Lisboa seria uma imensa derrota. Mesmo que ganhe o Porto e/ou Coimbra, se perder na capital é uma péssima notícia para as hostes socialistas. Ganhando também, para além de Lisboa, na cidade invicta e/ou em Coimbra já seria um grande resultado. Manter Faro, Braga, Matosinhos e Évora, ganhar Sintra ou Setúbal, seriam tudo feitos importantes, igualmente.
Para o PSD conseguir Lisboa é o grande objectivo para cantar vitória em grande. A manutenção de cidades como Porto, Coimbra ou Sintra parecem asseguradas. Por isso o PSD não terá muito onde ganhar mas sim a consolidar. A luta pelas capitais de distrito com o PS será também muito importante porque são todas elas cidades importantes, tal como o número de presidências de câmara nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Para o CDS será difícil dizer se ganha ou não já que concorre em muitas coligaçõe com o PSD. Por isso, o objectivo será manter os municípios que detém e tentar ganhar mais um ou dois no máximo.
Já a CDU tentará reforçar a sua força no Sul do país. Manter municípios importantes como Setúbal e recuperar outros emblemáticos como Évora são algumas metas a que a CDU pode ambicionar. No fundo, reforçar a força da CDU que a nível de presidências, entre duas a cinco, as também a nível de vereações em concelhos muito importantes como Lisboa, Porto ou Gaia.
Por fim, o Bloco tem todas as condições para reforçar também a sua participação no movimento autárquico. Um partido como o BE tem que aproveitar a onda das legislativas para obter um bom número de vereações. Ganhar alguma eleição será muito difícil porque o seu eleitorado encontra-se, em grande número, nos meios urbanos, normalmente dominados por PS e PSD. Manter Salvaterra de Magos é também uma prioridade.
outubro 02, 2009
Rio de Janeiro
Hoje o COI decidirá quem será o organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Madrid, Chicago, Tóquio e Rio de Janeiro são os candidatos finais. Torço, muito, pela candidatura do Rio. Caso seja eleito, serão dois anos fantásticos. Em 2014, a Copa do Mundo. Em 2016, as Olimpíadas. Uma excelente oportunidade para este país ser olhado de uma maneira diferente pelo mundo.
Autárquicas 2009
A mim interessam-me apenas três eleições para câmara municipais. Vila Nova de Gaia, onde voto e passo férias, fins-de-semana e onde já durante muitos anos. Porto, a minha cidade preferida e fundamental para a minha região, o Norte. Lisboa, onde vivo quase diariamente. As outras eleições são-me praticamente indiferentes, a não ser que tenham consequências nacionais.
Vamos por partes. Em Gaia, Luis Filipe Menezes vai ganhar. Resta saber por quanto. Nos últimos 12 anos Gaia mudou. Claramente. Mas mudou pouco para o que podia ter mudado. Menezes, que no último mandato não foi presidente de Câmara mas sim dirigente partidário, tem aquilo que as pessoas gostam de dizer: "obra feita". A vida no litoral de Gaia melhorou imenso. A vida no interior de Gaia continua igual há 12 atrás. Um território desorganizado, feio, sem qualidade de vida. Em 12 anos, Menezes não conseguiu fazer o que é fundamental em Gaia, um município gigante: Gaia continua a ter uma rede de transportes públicos terrível, ineficiente e pouco acessível às populações do interior.
Sejamos claros: Menezes foi super inteligente. Aproveitou mundos e fundos que caíram em Gaia, e noutros concelhos, para melhorar a cara da cidade. O cais de Gaia e toda a costa estão mais bonitas. Para as pessoas do Porto, que sempre tiveram grande estigma com Gaia, agora têm bastante inveja da zona ribeirinha e do litoral gaienses, com bandeiras azuis, pistas para bicicletas, bares altamente populares, enfim, uma zona de fazer inveja à Foz do Porto, anteriormente muito requisitada para lazer pelas pessoas de Gaia, que não tinham alternativa. E esta lavagem da cara de Gaia é o grande mérito do presidente da Câmara. O resto continua a ser uma pobreza extrema. Muito pouco para 12 anos e tanto dinheiro depois.
Quanto à oposição em Gaia, o PS escolheu uma figura do aparelho, pouco carismática, apenas para cumprir calendário e ser eleito vereador. Joaquim Couto, que tem experiência autárquica depois de mais de 15 anos em Santo Tirso nas décadas de 80 e 90, vem para Gaia sem grandes objectivos. Pode ser que um bom mandato como vereador o leve a ter hipóteses de ganhar daqui a quatro anos. Ilda Figueiredo e João Semedo quererão capitalizar o máximo número de votos para, pelo menos, tirar a maioria a Menezes.
Passando para o Porto, já aqui no blogue escrevi várias vezes sobre esta eleição. Todos sabem o quanto eu detesto Rui Rio. As suas grandes obras são ter afrontado o FCPorto, os aviões da Red Bull e os carros na Boavista. Também quis renovar o Bolhão mas perdeu essa batalha, e bem. Fala muito nas contas em ordem e a câmara continua endividada. O Porto, desde Rio, deixou de ser uma voz activa na região. A nível cultural é melhor nem falar, tantos são os defeitos desta getsão municipal neste domínio. Conclusão: o Porto piorou, e muito, nestes últimos 8 anos. Ponto final.
O problema chama-se Elisa Ferreira. A socialista, se tivesse sido candidata em 2001 em vez de Fernando Gomes, tinha dado uma tareia a Rui Rio. O Porto seria melhor. Elisa vem, agora, muito tarde. E cheia de defeitos. A polémica da dupla candidatura abalou fortemente a sua campanha e a concelhia do PS, um cancro político da cidade, também não a tem ajudado em nada. Tem propostas, tem uma visão. Mas surge tarde e isso o Porto não perdoa. Tal como não perdoou Fernando Gomes. Peca também por não se ter coligado à esquerda. CDU e BE terão alguma culpa nisso, claro. Uma última coisa, que já aqui disse: não vejo nenhum problema na dupla candidatura de Elisa Ferreira, até acho que ela deveria ter dito que acumularia funções. O problema é ela dizer que ou fica a presidente da câmara ou se mantém a tempo inteiro em Bruxelas. Desvalorizar o cargo de vereadora é um erro político.
Por fim, Lisboa. A ciadade, das três, que menos me interessa. Um simples comentário: se fosse eleitor em Lisboa votaria em António Costa. Mas como não sou, a vitória de Santana nem me incomodaria muito. Enquanto ele anda entretido em Lisboa, vai-se esquecendo do país. Portugal agradece. E Lisboa não ficaria assim tão mal entregue, como muitos fazem questão de dizer. Aliás, a campanha de António Costa já anda a enjoar de tanto ataque quase pessoal a Santana.
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Amália Hoje
Por alguma razão as rádio continuam a tocar a "Gaivota", muitos meses depois. Deve ser coisa rara um disco com tanta popularidade - o da foto - que, muito tempo após o seu lançamento - continua a insistir no seu primeiro single. Eu no mês de Setembro tive de "aturar" diariamente a Rádio Comercial por imperativos laborais - sempre sonhei dizer isto - e a "Gaivota" passava invariavelmente duas a três vezes por dia. E, em breves zappings, continuo a não ouvir mais nenhum novo single. Porquê? É um disco dupla platina, ou seja, tem vendido muito bem.
E vende bem devido à "Gaivota", não tenho dúvidas. Apesar de preferir a da Amália, a nova versão é estupenda e grandiosa. Realmente, só por aquilo eu ia a correr comprar o resto. Mas o resto é horroroso. Não sei como vão reagir as pessoas que já esgotaram Coliseus e outros palcos nos próximos dias mas, se estão à espera de ouvir músicas do mesmo género da "Gaivota", enganem-se. O resto do disco é um conjunto de músicas fantásticas transformadas em canções sussurradas com alguns instrumentos alternativos à mistura. Se era aquilo que queriam fazer mais valia não fazerem a "Gaivota", até destoa de tão bom. Um disco mau, muito mau. Daí percebe-se não haver mais nenhum single para além da "Gaivota". O resto não encheria nenhuma sala com mais de 250 pessoas.
Graça Moura
Tenho dificuldade em adjectivar este artigo. Entendia-o, na perfeição, se fosse um dirigente do MMS, do POUS ou do MRRP, partidos cujo lema é "os eleitores são estúpidos porque não votam em nós mas sim neles". Ora, Graça Moura é defensor acérrimo do PSD, e de Ferreira Leite, o que não lhe garante nenhuma legitimidade para contestar um resultado eleitoral. Ou melhor, ele pode contestar. Mas talvez por o PSD ser composto por gente deste calibre os eleitores não votem neles.
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outubro 01, 2009
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