dezembro 26, 2009

Presidente

A "guerra institucional" entre Belém e São Bento são apenas manobras de táctica política, quer por parte do gabinete do 1ºministro, quer por parte da presidência da república. Tudo isto deixaria de existir caso o presidente da república só pudesse ser eleito por um mandato de 5/6 anos, e não por dois seguidos de 5 anos. Toda a postura de Cavaco ao longo dos últimos meses tem como objectivo as eleições de 2011. Se o cargo de presidente da república em Portugal já tem muito pouco utilidade política, a possibilidade de renovação de mandato consecutivo faz com que o primeiro mandato do presidente seja muito mais táctico que o segundo. Veja-se o caso de Sampaio. Acham que ele teria dissolvido a Assembleia num primeiro mandato? Nunca.
Não sei até que ponto esta ideia de apenas um mandato foi discutida na sociedade portuguesa aquando da elaboração da Constituição - é apenas uma questão de pesquisar. Mas uma coisa estou certo: se é para manter este cargo de presidente como está, do qual eu sou um feroz opositor, pelo menos retirem a possibilidade de renovação de mandato - o único mandato que passaria a exercer seria muito mais verdadeiro do que o actual primeiro. Agora, ouvir da boca do presidente ou doutros agentes políticos que o chefe de estado não é uma "personagem" política dá-me vontade de rir perante todo o calculismo político de Cavaco, de Sampaio ou até de Soares.

2 comentários:

  1. Curiosa análise Pedro, não sei se concordo com tudo o que disses-te mas em todo o caso acho que este post é de grande qualidade ;) ao nivel dos melhores analistas ou blogers portugueses... Publico are you ready? ahahah

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