Lendo a revista Veja da semana passada, fica-se a perceber muito sobre a população brasileira e sobre os seus interesses, nomeadamente sobre a nova classe média que tanto se fala. Não, não vem lá nenhuma reportagem sobre o tema. A minha conclusão deriva da publicidade da revista.
Num total de 196 páginas, 138 (!!!!) são de publicidade. Ou seja, cerca de 70% da revista são páginas inteiras de publicidade. Isto é um absurdo. Mas não são estes números que nos dão a percepção do comportamento dos cidadãos, é sim o conteúdo da publicidade. 3o dos 138 anúncios são a carros. E não são carros topo de gama, são os chamados utilitários das marcas "médias": Fiat, Ford, Hyundai, Kia ou Opel. 15% da publicidade diz respeito a carros, uma indústria que, a julgar pela publicidade, tem tudo para crescer. Basta comparar a publicidade a automóveis em Portugal e ver os números desta indústria aqui no nosso país.
E o resto da publicidade, diz respeito a quê? A muita coisa, desde perfumes ou relógios, até agências de viagens. Mas a fatia mais importante da publicidade desta revista são as novas tecnologias. São 16 anúncios a telemóveis, computadores ou electrodomésticos.
Para concluir, dizer que em relação à publicidade em Portugal o que se nota é a falta de agências de comunicações e bancos. Nesta edição da revista Veja, apenas existem três anúncios (discretos) a bancos e um (contracapa) a uma rede de telecomunicações.
(nota: não é com uma revista que se pode deduzir o que quer que seja. Mas achei interessante partilhar estes dados)
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