Isilda Pegado, presidente da federação portuguesa pela vida, escreve hoje um artigo de opinião no Público, defendendo a realização de um referendo à legalização do casamento homossexual. O artigo começa da melhor maneira: "O debate está lançado. Queremos que o casamento possa ser celebrado por pessoas do mesmo sexo? Queremos modificar os pressupostos do casamento? O casamento pode ser celebrado por pessoas de 14 anos? E de 10 anos? O casamento civil pode ser indissolúvel?". Apeteceu-me vomitar e seguir em frente na leitura do jornal mas decidi continuar.
O principal argumento a favor da realização do referendo é a questão do consenso social: "Quem diz o que já tem consenso social? Como se identifica esse consenso? Ou há um grupo que impõe a sua visão à sociedade? O instrumento mais fiável para essas respostas é de facto o referendo. Aí saberemos o que quer o povo". Mas quando o povo quis a liberalização do aborto, o que escreveu a senhora Isilda? Isto. E, dois dias a seguir ao mesmo referendo, o que disse a senhora Isilda? Que já estaria a preparar um novo referendo. Não há pachorra.
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