Passos Coelho não precisava de ter lançado a ideia da revisão constitucional para o ar. Gozava já de grande notoriedade na imprensa e caminhava a belo prazer para um mês de Agosto tranquilo, com Sócrates e o Governo bastante desorientados. Mas, teimoso, o novo líder do PSD quis mesmo mostrar que tinha umas ideias concretas, que aquilo da cooperação e do tango já o estava a maçar, que era preciso mostrar ao país que o PSD, para além de ter sentido de Estado, tinha ideias para o Estado.
O problema é que a revisão da Constituição proposta pelos sociais-democratas foi um tiro no pé. Desde logo porque permitiu uma ressurreição do PS como garante do Estado Social. Depois porque todos os sound bites à volta do tema foram em sentido negativo à proposta - poucas foram as opiniões positivas. E nesta altura de férias o pior que podia acontecer era isto.
Quanto à proposta em si: acreditar que Passos Coelho mais os seus apoiantes próximos queiram "aquilo" para Portugal até é fácil; mas é muito mais difícil acreditar que o PSD profundo e grande parte do seu eleitorado sigam o caminho do líder.
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