maio 31, 2009

Roland Garros 2009 - a primeira semana


A primeira semana deste torneio fica irremediavelmente marcada pela eliminação de Nadal, ainda hoje. O tetracampeão de Roland Garros foi derrotado pelo sueco Soderling em quatro sets e disse adeus ao Grand Slam este ano. O espanhol parecia caminhar para mais uma vitória em Paris e fazer história pois poderia bater o record de Borg, também ele tetracampeão de Roland Garros. A ironia da história fez com que outro sueco, Soderling, conservasse o record de Borg. Soderling eliminou facilmente o carrasco de Gil, David Ferrer, antes de eliminar Nadal. Mesmo assim foi uma grande surpresa a eliminação do campeoníssimo Nadal, que vestiu de rosa para este torneio.

A eliminação precoce de Nadal foi acompanhada por outra: a de Djokovic. E por triplo 6-4 frente ao impronunciável Kohlschreiber que vem jogando muito bem. Foi outra grande surpresa. E estes dois factos escancaram as portas de Roland Garros a Roger Federer que vem jogando bem mas não muito consistente. Conseguirá ele aguentar a pressão de ser, a partir de agora, o grande favorito? Para chegar à final o primeiro adversário é o experiente Tommy Haas que está num bom momento. Mas, para mim, não será este o grande adversário da parte inferior do quadro. Roger tem pelo caminho um Tsonga que está em crescendo de forma e, com o apoio de público, poderá ser um osso duro de roer. Mas primeiro terá que eliminar Del Potro. Há ainda outro francês, Monfils, que poderá fazer mais uma supresa depois da meia-final do ano passado.

Na outra parte do quadro, Andy Murray tem caminho aberto para a final pois vem jogando bem. Porém, isto é pó-de-tijolo e Murray terá que enfrentar já na próxima ronda um González - carrasco de Rui Machado - que anda a jogar muito bem e que, com a sua direita, poderá fazer muitos estragos ao inglês. E ainda há nesta parte do quadro o cerebral Davydenko.

No quadro feminino, poucas supresas. Ivanovic e Venus Williams foram eliminadas mas não estão ao nível de outros anos. Surpresa é a boa forma de Sharapova. É difícil prever o que poderá fazer mas dificlmente chegará à final. Para passar às meias tem que derrotar Cibulkova, que está a jogar bem, e numa possível meia-final, etrá que defrontar ou Safina (a grande favorita) ou Azarenka. Se for com a primeira só o orgulho russo e uma mau dia de Safina fará com que Sharapova chegue à final. Se defrontar Azarenka, a tarefa é mais fácil. Basta destabilizar a bielorussa que esta cede emocionalmente. Na outra parte do quadro será uma luta entre Kuznetsova, Serena ou Jankovic que chegarão à final. Mas como isto é ténis feminino nunca se sabe. Referência para o excelente torneio de Sorana Cirstea.

Giro


Acabou hoje a centésima edição do Giro. E que emocionante foi! Obviamente o primeiro destaque tem que ser dado a Denis Menchov, o russo de 31 anos que depois de duas Vueltas consegue agora outra grande volta.

Menchov fez um bom Giro. Ganhou duas etapas, uma de alta montanha e outra um super exigente contra-relógio. Foi neste última que fez a diferença para a grande atracção do Giro, Danilo Di Luca, o vencedor de 2007. Di Luca venceu mais etapas que Menchov mas nunca conseguiu uma grande diferença. Mas foi ele o animador do Giro. Era ver sempre o italiano a atacar, já quando não tinha a maglia rosa e Menchov apenas respondia. Não houve uma única etapa em que Menchov atacasse, isto depois de ser o líder da classificação. Concedeu (e bem) a iniciativa a Di Luca que atacou como pode. Respondeu o russo sempre à altura. Pouco espectacular, contestam uns, super eficaz respondem outros. No meu entender, Menchov foi frio e calculista o suficiente para ganhar o Giro mas também não se pode tirar o mérito às respostas aos ataques de Di Luca, que foram muitos e fortes. De referir, ainda em relação a este duelo, a última etapa do Giro em Roma, um contra-relógio debaixo de chuva. Menchov, com apenas vinte segundos de avanço para Di Luca, caiu no último quilómetro deixando toda a gente sem respirar. Poderia ter estado ali a chave para Di Luca ganhar. Mas a boa prova que Menchov vinha a fazer e a rapidez com que montou outra bicicleta fizeram com que ficasse à frente do italiano. Uma última etapa emocionante.

Para este Giro havia ainda outro atractivo: o regresso de Armstrong a uma grande volta. Ficou em 12º e este resultado pode saber a pouco. Eu, que cresci a idolatrar Armstrong, achei que ele fez o Giro possível e que, mesmo assim, foi um bom resultado. Recorde-se que Lance veio de uma lesão um mês antes do arranque do Giro e, nas primeiras semanas em Itália, revelou bastantes dificuldades. Na última semana Lance, principalmente na etapa do Blockhaus, mostrou que ainda pode fazer uma grande surpresa no Tour, em Julho. Aguarda-se com expectativa.

Este centésimo Giro foi um dos mais emocionantes dos últimos anos. Para além de Di Luca, Menchov e Armstrong, houve outros que animaram as etapas. No que respita aos sprints, Cavendish foi o rei mas o velhinho Petacchi também ganhou duas etapas. Na montanha, destacaram-se ainda Pelizotti, 3º classificado e uma grande etapa no Blockhaus, e Carlos Sastre, o vencedor do Tour de 2008 venceu duas etapas de alta montanha de forma categórica: no Vesúvio e no Monte Petrano. Uma péssima etapa no Blockhaus fez com que Sastre não pudesse subir ao pódio.

Quanto a desilusões elas poderão ser apontadas a Levi Leipheimer que, com a lesão de Armstrong, passou a ser o chefe de fila da Astana, Ivan Basso, que passou à margem do Giro não ganhando uma única etapa apesar do 5º lugar na geral, Damiano Cunego que fez um Giro terrível e Michael Rogers, que está a tornar-se na eterna promessa.

Agora, venha o Tour em Julho.

Dismistificar Rangel (2)

Quem acumula empregos? , por Ana Gomes.

Notícias da campanha eleitoral, por Tomás Vasques.

Paulo Rangel e a nova teoria da representação política, por Manuel Meirinho.

maio 30, 2009

Notícias do futebol internacional

Hiddink confirma que é, para mim, o melhor treinador do mundo ao conquistar a Taça de Inglaterra.

maio 29, 2009

Sócrates e as estratégias

Esta campanha eleitoral vem, novamente, confirmar uma tendência. Falo das estratégias eleitorais de Sócrates.
O secretário-geral do PS tem falhado rotundamente nas escolhas para os actos eleitorais e, desde que foi eleito, só ganhou três das seis eleições que houve desde 2004: legislativas, autárquicas intercalares em Lisboa (será uma vitória?) e regionais nos Açores - esta nem devia contar porque Carlos César não é uma escolha de Sócrates. Muito pouco para um partido que detém uma maioria absoluta e que, durante muito tempo, liderou destacadíssimo as sondagens.
As autárquicas de 2005, meses após um grande resultado eleitoral, foram apenas razoáveis para o PS. Não aproveitaram a dinâmica de vitória das legislativas e ficaram consideravelmente atrás do PSD. A candidatura de Carrilho a Lisboa foi o primeiro grande erro de Sócrates.
Seguiram-se as presidenciais. Escusado será dizer muito. A escolha do PS foi apenas a terceira mais votada. Soares foi, mais uma vez, um erro pessoal de Sócrates - para além do erro do próprio Soares.
Nas regionais da Madeira, o PS não conseguiu uma votação por aí além, foi na linha de anos anteriores.
E, agora, as europeias. Escolha pessoal de Sócrates, Vital Moreira tem-se revelado, a cada dia que passa, um enorme erro de casting. Não só não consegue mobilizar apoiantes e criar junto dele uma opinião de respeito - frases infelizes, desempenhos em debates paupérrimos, etc - o professor doutor de Coimbra conseguiu fazer outra coisa raramente vista dentro do PS nos últimos tempos.
Refiro-me, é claro, às opiniões distintas entre Vital e o PS. Podem dizer que há Alegre, que há António José Seguro. Bem, são apenas casos isolados. Esta candidatura tem metido os pés pelas mãos. Nem dentro da própria lista se entendem. E dentro do PS, e refiro-me a figuras com peso, já há quem discorde de Vital, outros que o apoiam, enfim, um partido completamente desunido, o contrário do que se assistiu em Espinho meses atrás. Vital provavelmente ganhará as europeias. Mas há dois meses atrás suponha-se que seria confortavelmente. Agora, ficar à frente do PSD já será muito bom.
Em suma, Sócrates, definitivamente, não acerta uma no que respeita a estratégias eleitorais. Depois de Carrilho e Soares, surge Vital para juntar à caderneta do secretário-geral do PS. E vêm aí autárquicas...

A polémica do imposto europeu

Bastou Vital Moreira defender a criação de um imposto europeu para os candidatos se exaltarem. Pois bem, o que Vital defende não é novidade no Partido Socialista. Partidos como a CDU ou o Bloco se mostrarem contra, também não sei onde está a novidade.
Mas a forma como Rangel e companhia reagiram a esta proposta é que merece comentário. E faço minhas as palavras de Ana Sá Lopes, hoje na Antena1. "Como é que um partido federalista como o PSD, e com um cabeça-de-lista federalista como Rangel, se posiciona contra a criação deste imposto, contrariando a sua génese?". Pois, o eleitoralismo...

Michelle (2)

ps: jogou bem a miúda mas não saber servir faz com que perca a maior parte dos pontos no seu serviço.

maio 28, 2009

Companhias

Se Vital vem dizendo que o PSD e PP vão ter a companhia de Berlusconi na mesma bancada em Estrasburgo, pois olhem quem também será a companhia de Vital no Partido Socialista Europeu?

Vejam, vejam. Foram os super imaginativos (e bacocos) jovens socialistas franceses que fizeram este vídeo.

(via Câmara dos Comuns)

O i

O novo jornal "i" já tem umas semanas. Li alguns exemplares e tenho já a dizer que raramente vou comprar. Por várias razões. Mas a mais importante é o facto de não ter notícias. Tem lá para o meio umas reportagens aprofundadas interessantes. E notícias? Saber o que se passou ontem? É para isso que compro um jornal. O "i" não as tem. As primeiras páginas mais parecem um qualquer jornal gratuito. Resumos de resumos de notícias.
E há mais. Se o formato é interessante - os agrafos, a paginação, ou seja, a forma - o conteúdo tem poucas mais-valias. E a opinião é tão fraca que mete dó.
Se estiver numa banca de jornais e me puseram à frente o Público, o DN, o JN ou o i, eu sei qual não comprarei. O Público, o DN e o JN pelo menos têm para me "oferecer" o Miguel Esteves Cardoso, o Ferreira Fernandes ou Manuel António Pina, respectivamente e diariamente. E o i, quem me "oferece"? Nem a saudosa Ana Sá Lopes escreve, mais a sua Vanessa.
O i é uma espécie de jornal gratuito misturado com o P2 (o suplemento do Público). Não compro.

Dismistificar Rangel


Rangel tem aparecido como o novo ídolo da direita. Direita essa, junto com a candidatura de Rangel, que tem criticado a falta de ética de Elisa Ferreira e Ana Gomes e elogiado o facto de o actual líder parlamentar do PSD ser uma "lufada de ar fresco" no panorama político. Até têm um blogue e já se auto-apelidam de "geração mayzena".
O problema é que se esquecem de um facto muito curioso que devia ser mais publicitado. Nesta legislatura, o deputado Rangel suspendeu o seu mandato devido a problemas de saúde que tinham que ser tratados no Porto. Esta suspensão de mandato terminou antes do período de férias parlamentares. Assim, Rangel entrou de férias e passou a receber o salário de deputado. E isto aconteceu duas vezes!! Está aqui bem relatado no Câmara Corporativa, já há quase um ano. E Ferreira Fernandes pergunta hoje, na sua crónica:


Més que un club (2)

Uma (inédita) capa d'A Bola ilustra bem quem venceu a final: Xavi e Iniesta. Não sei se foi propositado, não li ainda o jornal para o saber. Mas ontem, em Roma, foram estes dois pequenos jogadores que ganharam a um United irreconhecível. Fergunson, o tal mestre da táctica, errou em toda a linha.
Parece que não viu as meias-finais entre Chelsea e Barcelona. Se tivesse estado com atenção teria reparado como Hiddink parou o meio campo do Chelsea: com homens no meio-campo. A saber, Mikel, Essien, Ballack, Lampard e Malouda. Ontem, numa estranha decisão, Fergunson retirou ao intervalo Anderson para pôr Tevez. Nunca mais o United teve a bola e, quando o adversário é este Barcelona e se está a perder, não ter a bola significa não conseguir jogar.
Assim, o ataque super poderoso do United não funcionou. E ainda por cima tinha pela frente uma defesa que não era a habitual.

maio 27, 2009

Més que un club

Um dos hinos mais bonitos do mundo! E hoje faz todo o sentido...A melhor equipa que já vi jogar futebol teve um justo prémio.

Europeias - análise das candidaturas

Estas eleições europeias são especiais e bastante diferentes das antecedentes. Por uma simples razão: são as primeiras de um ano eleitoral exigente e estamos no meio de uma crise internacional. Estas duas circunstâncias fazem com que os partidos políticos encarem as eleições de 7 de Junho com grande expectativa. Por isso delinearam as suas estratégias a pensar já em todo o ano eleitoral. Para mim, é possível agrupar em 3 as estratégias e respectivos partidos - apenas os principais, os mais pequenos têm todos a mesma estratégia: ser eleitos (no caso do MEP e MMS já aqui fiz a minha análise). Vejamos.

Um primeiro grupo compreende CDU e Bloco de Esquerda. Ambos optaram por escolher para cabeça de lista - o membro das listas que tem mais visibilidade - uma pessoa que já era eurodeputado na legislatura anterior e que está à vontade para discutir todos os assuntos porque conhecem de perto a realidade do Parlamento Europeu. Dentro do partido, Ilda Figueiredo e Miguel Portas são figuras conhecidas e respeitáveis que garantem os votos que tiveram na legislatura passada. Mas Portas terá mais facilidade em ir buscar votos a outros partidos do que a candidata da CDU. Pertecem, igualmente, à mesma família europeia.

Um segundo grupo é composto por PSD e CDS. As escolhas destes partidos para encabeçar as listas ao Parlamento Europeu são meramente estratégia política. Rangel e Nuno Melo, nos últimos tempos, conseguiram angariar junto da opinião pública uma popularidade pouco comum nos seus partidos e são a novas "estrelas" de PSD e CDS. Um por participar semanalmente num programa televisivo e ser uma figura com carisma e bem-falante, Nuno Melo. Outro, por ter sido líder parlamentar e por ter sido a voz do PSD contra Sócrates, a par de uma grande simpatia por parte de uma fatia grande da blogosfera de direita. PSD e CDS, que à partida para estas eleições estavam numa situação pouco confortável a nível nacional, optaram por apostar tudo nestas eleições a fim de conseguirem criar uma dinâmica de vitória a pensar em Outubro. Dificilmente Rangel e Melo ficarão em Estrasburgo até ao fim do seu mandato. O que é pouco condizente com os seus discursos de campanha. (aposto o que quiserem como isto vai acontecer).
O terceiro e último grupo engloba apenas o PS e Vital Moreira. Tem se revelado uma má escolha mas não quero entrar por aí. Sócrates escolheu Vital por, presumivelmente, ir retirar votos à esquerda. Figura respeitada, apesar de os mais novos não conhecerem este constitucionalista, Vital poderia garantir uma campanha de nível elevado no que consiste aos argumentos e debates. O facto de ser um independente também poderia fazer com que os descontentes com o Governo pudessem votar facilmente no PS. Não é uma escolha para ganhar votos mas sim para consolidar. Quase de certeza ficará até ao fim em Estrasburgo pois este será o último desafio político da carreira de Vital.

Michelle


Tal como tinha previsto, Michelle de Brito voltou a mostrar que poderá ser uma excelente jogadora, para entrar no top 20 nos próximos 2 anos, e ganhou hoje à 15ª jogadora mundial em Roland Garros. Michelle fez um jogaço, ganhando quase todos os jogos de serviço da adversária. O seu grande ponto fraco é o serviço a juntar a uma inevitável inexperiência.
Vi-a jogar no Estoril e percebi que está ali muito potencial. É impressionante a forma como ataca em qualuqer ponto, o que não é necessariamente uma coisa positiva. Quando souber controlar a ansiedade e conseguir jogar com mais inteligência será, com toda a certeza, uma excelente jogadora. E ainda tem 16 anos.
Quanto às suas possibilidades em Paris é difícil dizer se conseguirá ganhar à francesa Rezai. Esta jogadora está menos cotada que a chinesa que Michelle derrotou hoje, mas joga em casa e é mais experiente. O que Michelle fez até agora já é, de facto, espectacular. Caso passe à quarta ronda, onde a adversária será com muita probabilidade Safina, não se poderá pedir muito mais à tenista portuguesa. Michelle é para seguir com muita atenção.

É hoje

maio 25, 2009

Músicas e candidatos

Se tivesse que escolher o meu voto nas próximas europeias com base nas escolhas musicais (ouvidas aqui) dos cabeças-de-lista estava tramado. E não é por serem más. É mesmo por gostar de quase todas. Só as escolhas de Nuno Melo e de Quartim Graça do PPM é que eu não suporto. De resto, os candidatos revelaram ter bom gosto.
Paulo Rangel é, neste aspecto, o meu preferido. Este facto deixou-me chateado mas tenho que admitir que não esperava que um fã de Heavy Metal fosse escolher uma das melhores músicas portuguesas de sempre, numa versão extraordinária. "Mudemos de Assunto", música e letra de Sérgio Godinho. A versão que Rangel escolheu foi a do "Irmão do Meio", um dos melhores álbuns portugueses, num dueto com Jorge Palma. Este blogue era para se chamar precisamente "Mudemos de Assunto" mas já há um com este nome por isso optei pelo actual. Rangel subiu pontos na minha consideração. Mas estejam descansados, não tem o meu voto.
Das outras escolhas destaco Laurinda Alves com Reininho a cantar uma versão dançante de "Quero que tudo vá para o inferno" ou mesmo Carlos Gomes do MMS, também com Reininho a cantar, mas desta vez uma espectacular música de Rodrigo Leão, "Pásion". Sou sensível quando invocam Reininho, pronto.
De resto, nada de muito original. Vital a invocar Serge Reggiani, Ilda a lembrar o também gaiense Adriano Correio de Oliveira, Portas foi buscar uma música tradicional de Trás-os-Montes interpretada pelos Gaiteiros de Lisboa, Nuno Melo diz que gosta de um tal Maxwell que eu desconheço e pelo que ouvi não tennho muito interesse em conhecer. Já o candidato do PPM também invocou Sérgio Godinho, "O grande capital". Estava à espera de um fado do Mico, do Nuno ou de outro qualquer Câmara Pereira mas, no entanto, saiu-se bem.
Aqui fica a lista completa das músicas escolhidas pelos candidatos por ordem preferencial:*
Mudemos de Assunto, Sérgio Godinho e Jorge Palma - escolha de Paulo Rangel;
Pásion, Rui Reininho e Rodrigo Leão - escolha de Carlos Gomes;
E que tudo mais vá para o inferno, GNR - escolha de Laurinda Alves;
Ma liberté, Serge Reggiani - escolha de Vital Moreira;
Lágrima de Preta, Adriano Correia de Oliveira - escolha de Ilda Figueiredo;
O Grande Capital, Sérgio Godinho - escolha de Frederico Duarte Carvalho;
Nós daqui e vós dali, Gaiteiros de Lisboa - escolha de Miguel Portas;
It's a man's world, James Brown - escolha de Quartim Graça;
Maxwell - escolha de Nuno Melo (não sei o nome da música).
*infelizmente não consegui decorar as escolhas do PH, do POUS, do PCTP-MRRP ou do PNR.

Espanholadas

Breves notas sobre a histeria que por aí vai sobre o facto de Sócrates ter ido a Valência e não ter falado português:
1- Já era tempo de, a começar pelo próprio Sócrates e a acabar em todos que comentam este facto, se referirem à língua falada pelos espanhóis como "castelhano" e não "espanhol". Ser rigoroso dá jeito.
2- Eu não sou linguista mas do pouco que sei sobre o castelhano, fruto de três anos de estudo, posso dizer com segurança que é muito mais difícil para um espanhol falar português do que um português falar castelhano. Essa dificuldade espanhola estende-se a outros idiomas, ao contrário de nós que somos (bem) conhecidos por sabermos dominar outras línguas. O mesmo se passa na América do Sul. Os brasileiros entendem perfeitamente um indivíduo que fale castelhano mas o contrário já não acontece.
3- Fazer aproveitamento político deste caso, como o fez Rangel ou Miguel Portas, é absolutamente ilustrador de como vai a campanha. Fraquinha, fraquinha...
4- Sócrates fala muito mal castelhano.
5- Eu ouvi Zapatero dizer duas ou três frases em português, num claro esforço para agradar aos presentes. Mas não ouvi ninguém referenciar este facto.

Roland Garros 2009

O melhor e maior torneio de terra batida do mundo começou ontem. Com três portuguese em acção: Gil já caiu frente a um intratável Ferrer, Machado e Michelle de Brito ganharam heroicamente os seus jogos hoje. Quanto ao futuro no torneio deste dois tenistas deve ser idêntico: após terem tido a sorte que Gil não teve no sorteio de defrontarem tenistas do seu nível, Rui Machado e Michelle de Brito em princípio sairão de Paris na segunda ronda. Mesmo assim, Michelle mais o seu jogo atacante podem fazer estragos. Dos dois é ela quem tem mais possibilidades de passar à terceira ronda.
No que respeita oa quadro masculino, se Nadal não ganhar será uma grande surpresa. Tetracampeão em Paris, o espanhol está na melhor forma da carreira e tem este ano uma grande possibilidade para fazer o Grand Slam. Depois de Melbourne, Roland Garros também deverá ser ganho por Nadal. Quanto a Federer, eternamente em busca de uma vitória em Paris para desmarcar-se de Sampras, tem uma tarefa super difícil. Apesar da vitória em Madrid sobre Nadal, a confiança de Roger não deverá ser suficiente para ganhar em Paris. E antes da final etrá que, provavelmente, defrontar Djokovic que está também em boa forma. Por isso, este torneio não devrá fugir a Nadal. Ñeste quadro não haverá muitos mais favoritos. Murray, actual número três do mundo, ainda não tem o seu jogo solidificado em terra batida e está junto a Nadal no quadro de Roland Garros. Não parece provável. E será que Tsonga finalmente brilhará em Paris? As últimas exibições não o fazem crer.
No quadro feminino, é tudo muito mais imprevisível. Se descontarmos as manas Williams, que não estão em boa forma mas que neste torneios aparecem aos seu melhor nível, a vencedora de Roland Garros este ano virá do Leste europeu, tal é a supremacia desta zona do globo. Safina parece muito bem, Kuznetzova também, há ainda Dementieva, Wozniacki, Ivanovic, Jankovic ou Azarenka. Se a vencedora deste ano não for nenhuma que referi será uma enorme surpresa.
Vão ser duas óptimas semanas de ténis.

maio 23, 2009

LeBron

Este triplo teve muito mais piada às 4.35 da manhã. Que lançamento, Mr.James! F-A-B-U-L-O-S-O!!!!!

I love Marinho

Esta foi a reacção de Marinho Pinto depois de Moura Guedes ter dito "o senhor também não faz muito pela sua classe". Finalmente alguém diz o que pensa de Moura Guedes na cara dela e em directo.

maio 22, 2009

Marinetti

Estava a ver as notícias às 2h quando vi que Sócrates e Lurdes Rodrigues foram recebidos com uma manifestação de alunos numa escola secundária artística. Não me vou pronunciar sobre o que acho que estas manifs são. Aposto que, mais de metade dos alunos que gritavam contra os membros do Governo, não percebiam patavina do que estavam a dizer. Mas isso dava um outro texto.
O que mais me impressionou foi a incongruência de um cartaz no meio da manif. Enquanto se ouviam gritos "Governo fascista, é a morte do artista", um(a) aluno(a) empenhava uma folha que dizia, em letras grandes "MARINETTI = DEUS".
Alguém se importava de explicar à criatura, que também gritava o grito de ordem, quem foi Marinetti? Eu sei que estamos numa escola artística mas é importante saber quem foi o artista para lá dos manifestos ou dos quadros.

Pinto da Costa

"Infelizmente sofremos um golo a 35 metros numa baliza em que, uns dias antes, ele falhou o golo a 35 centímetros", Pinto da Costa, em mais um momento de lucidez raro no panorama desportivo português.

Toda a gente delirou, principalmente comunicação social, com o golo de Ronaldo no Dragão. Ninguém se insurgiu contra o facto de, no mesmo estádio, o mesmo bimbo (não confundir com o boneco da Contra Informação) ter falhado um golo fácil que poderia ter ajudado Portugal a qualificar-se para o Mundial (coisa pouca, não é?) e ter feito (mais uma) exibição vergonhosa, mesmo assim super aplaudida pelo público presente - eu estava lá, sei do que falo. O próprio bimbo confessou que adora marcar ao Porto. Pois, por Portugal é que é mais chato. Os portugueses que o veneram e que o idolatram estão bem servidos. Força Barcelona!

maio 21, 2009

Vital

Vital Moreira disse que os jovens têm maior consciência sobre a importância da UE do que a restante população. Parece é que Vital não tem consciência nenhuma sobre o que os jovens pensam.

maio 20, 2009

Despedida

O mais lindo troféu do mundo despede-se hoje. Quando era bem puto, sonhava que o meu clube, um dia, haveria de ganhar esta taça. Qual Liga dos Campões e mais o seu caneco horroroso. Eu queria era a UEFA, aquele troféu enorme, lindo. Por isso sempre fui gozado: "então tu queres vencer aquela competição de segunda categoria?!". Sim, queria. E muito. E sem saber que em 2009 seria a última oportunidade de conquistá-la. Em 2003 fizeram-me a vontade. Faz amanhã seis anos que tive um dos melhores dias de sempre.

Para memória futura

"Não é democraticamente aceitável que alguém se candidate a diversas eleições ao mesmo tempo", Rui Rio na apresentação da sua candidatura ao terceiro mandato na câmara do Porto.
Sobre a candidatura de Rio à câmara do Porto, não há, para já muito a dizer. Se bem que podemos constatar um facto: nesta a apresentação, a julgar pelas várias notícias que li, considerações sobre a cidade e o trabalho nela desenvolvido foram poucas ou nenhumas; Elisa Ferreira foi o denominador comum do discurso. Politicamente é compreensível. Os portuenses elegeram Rio da primeira vez porque Gomes tinha abandonado a cidade anos antes. Por isso, a etsratégia está bem montada. Mas politicamente, e é aqui que Elisa Ferreira deve apostar, também revela que Rio tem pouco para mostrar do "seu" Porto. Já veio dizer que tem as contas em dia. E depois? É só isso que interessa?
Quanto à questão de Elisa Ferreira, ela é de difícil análise. O facto de se candidatar a duas eleições distintas não é, para mim, o grande problema. Quando Elisa admite que "só vai dar o nome" e que se ganhar a câmara sai de Estrasburgo, isso sim é que é busílis da questão. Se ela mantivesse o lugar em Estarsburgo e o da Câmara do Porto, como dezenas de eurodeputados fazem, seria uma vantagem para o Porto. Sabiam que a maioria dos deputados nacionais franceses são presidentes de câmaras ou algo equivalente? E não é por aí que vem mal ao mundo. Aliás, é visto como uma coisa bastante positiva porque, assim, o Parlamento nacional é composto por alguém que conhece a realidade do país. Não é como cá em que existe um distanciamento dos cidadãos em relação às populações.
O problema de Elisa é que se candidata apenas para o PS conseguir preencher as quotas e porque não quer ser vereadora. Ou seja, só quer o Porto sendo Presidente. O exemplo de Ilda Figueiredo, eurodeputada e vereadora da Câmara de Gaia é louvável.
Quando Rio diz que não é democrático uma pessoa candidatar-se a dois cargos ao mesmo tempo está apenas a referir-se a Portugal. No entanto, aposto que Rio, caso ganhe a Câmara, não fica até ao fim a tempo inteiro no Porto. A ver vamos.

maio 19, 2009

Pedro Magalhães

Um dos melhores textos de opinião escritos nos jornais nos últimos tempos está aqui. Foi no Público de ontem. E, para além de estar bem escrito, desmascara com inteligência essa figura que chamada Pacheco Pereira, um político(?) agitador que pouquíssimas coisas fez pelo país. Leiam.

Mais cartazes

Eu sei que pareço um pouco paranóico com os cartazes mas se este cartaz não é um bom marketing político, não sei o que é. Uma boa resposta de Rui Rio às centenas de cartazes de Elisa Ferreira. Apesar de não simpatizar nem um bocadinho com o actual presidente da Câmara.


(foto via Cachimbo de Magritte)

PSD e os cartazes

Paulo Rangel, no último debate a cinco sobre as europeias, gabou-se de o seu PSD ser o único partido que ainda não tinha cartazes espalhados pelas ruas do país - apesar de os ter Ferreira Leite e de o orçamento do PSD ser o maior entre todos os partidos, para cima de 2 milhões de euros. A partir de ontem, o PSD começou finalmente a afixar os seus cartazes relativos às eleições de 7 de Junho. E, pode-se dizer, começaram em força. Por vários motivos.
Em primeiro lugar, farei uma análise à forma dos cartazes. Estão aqui todos. A forma é a mesma. O que muda entre eles é o conteúdo da mensagem e a cor de fundo. Em todos os cartazes vemos Rangel com um postura confiante, bem diferente da de Vital Moreira no seu primeiro cartaz. Uma postura que indica confiança e trabalho. E nem precisou de puxar as mangas para cima como o fez Carmona nas autárquicas em Lisboa. Portanto, do ponto de vista de imagem, nota muito positiva para estes cartazes do PSD, bem diferentes dos da sua líder.
A ideia de apresentar medidas, propostas ou seja lá o que for, é também ela, uma boa ideia. Corresponde à "atitude" de Rangel no cartaz. Bem diferente das dos outros partidos que apenas têm optado por slogans ou referências históricas - casos do PS e BE. No entanto, é nestas medidas que está o grande erro destes cartazes do PSD. "Combater a crise com os fundos europeus" serve para, mais uma vez, dar pouca importância à Europa e faz com que os portugueses apenas a vejam como torneira financeira. Mas há mais cartazes. Outro diz "Pelo interesse nacional, eu assino por baixo". Alguém me consegue explicar o que quer dizer Rangel e o PSD com esta frase? "Criar um novo Erasmus para o 1ºemprego" já será uma proposta, um projecto. Mas "As Famílias portuguesas acima das famílias partidárias" soa demasiado a demagogia.
Ou seja, o PSD, dá para constatar, apostou forte nos cartazes. E o facto de esperar até agora é apenas estratégia. No meu entender, boa. Ainda estamos a três semanas e, assim, as pessoas no dia 7 de Junho lembrar-se-ão melhor destes cartazes do que outro qualquer afixado há um mês. Só que a mensagem dos cartazes é desatrosa, mesmo que tenham tentado uma via nova nos cartazes das europeias: as propostas (ainda que algo vagas, eu sei). E a estratégia não passa apenas pelos cartazes. Vai de encontro à postura que Rangel vem mantendo nos últimos dias. Propostas e mais propostas. [sobre estas propostas ver este texto e mais este, insuspeitos porque são de blogues de direita e que encontraram em Paulo Rangel o seu novo ídolo]
Mas este desastre é alastrado a outros partidos e, francamente, os cartazes do PSD (à excepção do da foto) são bem melhorzinhos do que os do PP - aquela postura de Nuno Melo e aquelas frases são, de facto, bastante más. Em comparação com o PS ganha alguma vantagem, agora que os socialistas têm um cartaz horripilante em que se lê "Por Portugal, mais Europa" ao lado de uma "família feliz", desde os avós até aos netos. Uma coisa sem sentido, mais parece um qualquer folheto de hipermercado. Quanto à esquerda, o cartaz do BE em que figuravam Barroso e Sócrates foi, no meu entender, o mais bem conseguido até agora. Quanto à CDU, os mesmos slogans de sempre: sejam autárquicas, europeias, legislativas ou a Festa do Avante.

Votar é fácil

O título deste texto é o título da crónica de Fernando Alves, ontem na TSF.

maio 18, 2009

Luis Figo

Nos próximos dias vão suceder-se homenagens, reportagens, entrevistas, enfim, um sem número de coisas sobre Luis Figo. Junto-me ao clube. Mas de um modo diferente.
Figo foi um excelente jogador de futebol. Porém, poderia ter marcado uma época, poderia neste momento ser um símbolo mundial e um ídolo para muita gente. Não o é por uma simples razão: a troca do Barcelona para o Real Madrid foi o pior erro da sua carreira e transformou-o, aos olhos do mundo, como um "pesetero".
O que foi Figo ganhar desportivamente com a ida para Madrid? Nada. É certo que conseguiu pôr no currículo a Champions League mas, caso ficasse no Barcelona, teria conseguido feito idêntico. Podem dizer que ele foi eleito melhor jogador do Mundo quando estava em Madrid. E eu respondo: não ganhou o prémio quando o merecia, um ano antes, na sua última época em Camp Nou que culminou no fabuloso Euro 2000.
A sua ida para Milão foi mais uma transferência financeira. Novamente, nada em termos desportivos Luis Figo conseguiu. A sua participação nos scudettos ganhos no Inter foi mediana, nunca foi a estrela da equipa.
Estrela da equipa era-o em Barcelona. Mais do que uma estrela, um ídolo. Como existem poucos actualmente. Figo prescindiu de ser um super êxito desportivo e um êxito financeiro, para ser um bom êxito desportivo e um extraordinário êxito financeiro.
É pena. Figo foi um jogador de classe. Nunca foi espalhafatoso à Cristiano ou Ronaldinho. Nunca foi um génio como Maradona ou Messi. Figo era calmo, sereno, a sua vida privada era bastante discreta. E essa sua postura estendia-se ao relvado. Um extremo puro que fazia as delícias dos catalães.
O golo que se vê no vídeo é, para mim, a síntese de Figo enquanto futebolista: classe pura. A forma como ele tira os dois defesas e senta Schmeichel é fabulosa. O melhor golo de sempre de Figo, na minha opinião.

A sexualidade das jotas

A Juventude Socialista (JS) está a trabalhar arduamente para ver ser aprovada no Parlamento uma lei que institua a Educação Sexual como disciplina obrigatória no ensino básico. Até aqui, nada de grave*. É uma boa ideia - desde que bem articulada com as escolas, centros de saúde e, sobretudo, professores - mas que levará o seu tempo até estar a funcionar a 100%. Não é de um dia para o outro que se põe em prática uma disciplina destas e as experiências dos últimos anos provam isso mesmo.
As Jotas portuguesas têm tido sempre estas bandeiras "fracturantes". Mas do que não se lembram é de lutar e trabalhar por haver no ensino básico e secundário disciplinas que permitam aos alunos entrar em contacto mais directo com a realidade política nacional. Quantos alunos sabem o que é a Constituição? Quantos jovens vão para a faculdade sem saber que sistema político é o nosso?
Pode-se invocar a disciplina de "Formção Cívica". Eu tive-a, conheço muita gente que a teve e o resultado é o mesmo: zero. Fazem-se uns jogos, arranja-se uns temas engraçados - na minha turma do 9ºano foram a anorexia e a bulimia - e pronto, o professor não tem trabalho nenhum. A disciplina de Ciência Política já faz parte do programa do 12ºano de apenas um agrupamento mas não tem carácter obrigatório, logo não há alunos. Portanto, os jovens não têm qualquer disciplina que os faça pensar um pouco sobre a política e a sociedade. Isso, sim, seria fracturante.
Eu até sei a razão pela qual as jotas não se preocupam sobre isto: se permitíssemos aos jovens ter umas noções básicas de política talvez nenhum deles frequentasse alguma das juventudes partidárias portuguesas.


*grave é o facto de, na mesma proposta de lei, a JS querer implementar a distribuição gratuita de preservativos nas escolas.

Capadócia

"O que interessa - vou dar um exemplo para os leitores distraídos perceberem o que é hoje interesse jornalístico - seria Sócrates dizer no meio de uma viagem de Estado: "Vim à Capadócia porque era há muito um sonho da minha namorada vir à Capadócia." Como Sócrates não disse isso, esta frase não abriu telejornais. Talvez alguém tenha dito uma parecida, mas também não abriu telejornais, pois não? Sorte de quem tenha dito essa frase similar e possa - e ainda bem que pode - dizê-la sem escândalo. "

Ferreira Fernandes, ontem, no DN.

No vídeo, uma actuação de Jorge Ben Jor e a música "Jorge da Capadócia".

maio 17, 2009

"Pablo, continuas connosco?"

O quotidiano de Rui Costa.

Tristeza

Sobre Manuel Alegre e sua tomada de posição, vale a pena ler o texto de Confúcio Costa no Aspirina B. Fica aqui um excerto:
"Alegre é o Cristiano Ronaldo da política. Mas sem o mau gosto no vestir. E sem a parte de marcar golos. Alegre finta, diz que avança e depois recua, diz que foge e depois mantém-se, humilha os adversários, trata-os mal, deixa-os por terra. E depois, quando tem a baliza escancarada à sua frente e todo o estádio a suster a respiração ansiando o orgasmo das redes a abanar, atira a bola para fora. E abandona o relvado cabisbaixo, como se lhe tivessem acabado de retirar um brinquedo. Chorão."

maio 16, 2009

Nadal

Parece montagem mas não é. Foi no fim da meia-final do torneio de Madrid, uma vitória espectacular de Nadal sobre Djokovic - foram quatro (!) horas, três sets com dois tie-breaks, Djokovic com 3 match points não aproveitados*.
Mas para quem viu o jogo e a transmissão sabe que não é este o único (grande) momento protagonizado por este rapaz. Mal acabou o encontro, depois de ter cumprimentado e abraçado Novak, Nadal recebeu um efusivo e inesperado abraço...de uma criança. O espanhol, um pouco atrapalhado, retribui o abraço e dá-lhe a sua fita. Cumprimenta o árbitro e dirige-se para o centro do court e ajoelha-se. O rapaz, seguindo o seu ídolo e como ninguém o impediu, não se fica por aqui e imita Nadal no centro do court. Tal como todas as crianças imitam, na sua escola com os amigos, os seus ídolos, este miúdo teve esse acto espontâneo. Uma imagem que fica para a história.
É isso que Nadal é actualmente: um ídolo. Se em Portugal há a Ronaldomania, em Espanha há a Nadalmania. Mas com várias diferenças. Nadal é um tipo discreto e humilde fora de court, ninguém sabe nada sobre a sua vida privada. Sobre Ronaldo nós sabemos pormenores detalhados de tudo e mais alguma coisa.
E não, não me estou a render a Nadal. Espero que amanhã o Federer derrote o espanhol em Madrid (não vai acontecer, mas pronto!). Mas isso não me impede de dizer que Nadal está a tornar-se o melhor tenista de sempre e que, este ano, tem uma grande hipótese de fazer o Grand Slam. Se não for este ano, dificilmente ele o fará ou alguém conseguirá esse feito nos próximos 10/20anos.
*a forma como Nadal salva o primeiro match point de Djokovic com o sérvio a servir é arrepiante.

Eládio

Ver o festival da Eurovisão da canção sem o Eládio Clímaco não é a mesma coisa.

adenda: mandar para Moscovo um novato nestas andanças como Hélder Reis (quem?) mostra que a RTP se está marimbando para este festival. A criatura chegou ao ponto de desejar os twelve/douze points para Portugal de nações como Montenegro, Lituânia, Azerbaijão ou mesmo Dinamarca. Alguém podia ter explicado ao senhor que estas votações não são muito pelo mérito. O fenómeno vizinhança conta muito. Eu, da minha parte, acertei em pelo metade dos doze pontos atribuídos pelos 42 países. Mas não, não me estou a candidatar ao lugar mítico do Eládio.

Marco António

No programa "Corredor do Poder" da RTP1 do dia 7 de Maio, há uma pérola que não devia ter passado despercebida aos portugueses minimamente interessados. O protagonista: Marco António Costa, vice-presidente da Câmara de Gaia e representante do PSD.
Já no final do programa, os "paineleiros" de serviço foram convidados a comentar uma sondagem da Católica. Nuno Melo, muito irritado pelo facto de o seu CDS só ter 2% na sondagem, fez um exercício populista de baixo nível. Mas nem é por aí que vou entrar. Então que comentário teceu Marco António?
Marco tem "muitas dúvidas sobre a validade e sobre a qualidade do ponto de vista científico" da sondagem da Católica. Já é muito grave um político tecer esta afirmação sobre um dos centros de estudos de sondagens mais credíveis do país. Mas há pior. A razão que Marco António aponta para que não seja atribuída cientificidade à sondagem é a seguinte: o facto de 52% dos inquiridos terem respondido ou que não vão votar, ou que não sabem em quem vão votar, ou mesmo os que não respondem. Portanto, para esta criatura a abstenção não conta, as sondagens só deviam interrogar quem vai votar, esses sim são os melhores cidadãos. Os outros não interessam para nada. Está aqui a prova de como os nossos políticos encaram os cidadãos. Serem eleitos por apenas 40% dos eleitores não lhes causa nenhuma espécie.
ps: sobre o tema ver o blogue de Pedro Magalhães, Margens de Erro. Nele discute-se sondagens e opinião pública. E tem outra vantagem. Pedro Magalhães é o director do CESOP, o centro de estudos e opinião da Universidade Católica.

maio 15, 2009

Discriminação

Num texto anterior, gabei a estratégia da Antena1 na cobertura das eleições europeias, em particular o facto de fazer entrevistas individuais a todos os cabeças-de-lista. As primeiras foram aos candidatos dos partidos mais pequenos. Todas duraram cerca de 15 minutos. Pois bem, chegou a vez de Miguel Portas e não é que a entrevista durou o dobro? Qual o critério? O número de votos nas últimas europeias? Se for esse - não vejo outro para esta discriminação - imagino que a entrevista a Vital Moreira durará duas horas. Custava assim tanto fazerem entrevistas de duração semelhante?

Assim não

Hoje foram divulgados mais dados económicos catastróficos para Portugal. Volto a insistir na mesma tecla: qual a razão para andarmos estes meses todos sem eleições legislativas? O governo está há mais de quatro anos em funções, nesta altura poderíamos estar a ter um debate sério sobre como enfrentar a crise e não o debate que estamos a ter devido às eleições europeias que são apenas uma luta por meia dúzia de votos. Até termos legislativas, o país continuará a afundar-se, os portugueses ficarão cada vez mais pobres e os nossos políticos andarão entretidos em guerrinhas partidárias que não interessam a mais de metade da população. E tudo isto com o ineficaz presidente da República a assitir. Assim não.

maio 13, 2009

MMS e MEP

A Antena 1 está a fazer um bom trabalho de serviço público ao entrevistar durante esta duas semanas todos os candidatos às eleições europeias. Não entrando em loucuras como a da RTP que decidiu juntar 13 pessoas para um debate, Maria Flôr Pedroso faz uma entrevista curta (cerca de 15 minutos) em que o candidato tem a oportunidade de falar de si e, obviamente, da campanha em que está envolvido. As entrevistas estão aqui.
Estive a ouvir as entrevistas dos candidatos dos mais recentes partidos portugueses. Do lado do Movimento Esperança Portugal (MEP), Laurinda Alves, uma conhecida jornalista "de causas e do terreno". Do Movimento Mérito e Sociedade (MMS), Carlos Gomes, gestor comercial, administrador da Fiat do sul da Europa.
Faz sentido analisar estas duas candidaturas em conjunto por se tratarem de partidos muito recentes e por serem estas eleições europeias o primeiro teste aos mesmos. Desde logo, convém notar que nenhum deles escolheu o seu líder para encabeçar a lista às Europeias. Ao contrário de Manuel Monteiro e do Partido Nova Democracia, estes dois novos partidos pretendem transmitir ao eleitorado que o partido não pertence a ninguém em particular (talvez o mair erro de Monteiro). São, como ambos afirmam, um movimento de cidadãos cansados dos actuais actores políticos, que decidiram unir esforços.
Mas se decidiram ambos (e bem) não apostar no líder, não se pode dizer que tenham optado pela mesma estratégia na escolha do candidato. Enquanto Laurinda Alves é bastante conhecida do eleitorado português, Carlos Gomes é uma figura que poucos portugueses conhecerão. E se Laurinda Alves (e o MEP) aposta(m) nestas eleições como a rampa de lançamento para o partido, já o MMS parece quer ir mais devagar na consolidação política do movimento. Isto a julgar pelas declarações dos candidatos. Vejamos.
Carlos Gaspar admite que só vai estar no país a tempo inteiro - trabalha no estrangeiro - nos últimos 12 dias de campanha. Laurinda Alves afirma andar há 5 meses em campanha pelo país. Para um partido novo, pouco divulgado pela comunicação social, é difícil ter um bom resultado se não chegam às pessoas. Principalmente se estes dois partidos apostam no descontentamento dos cidadãos com os partidos do sistema.
Quanto às ideias programáticas, MMS e MEP diferem um pouco. Tal como o nome indica, o MMS quer fazer do mérito um conceito mais determinante na nossa sociedade. Defendem a Europa e um aumento do salário mínimo para 650€. Têm as democracias do norte da Europa como exemplo. Portanto, apostam um pouco na mudança das mentalidades. Já o MEP é um partido mais humanista, "por uma europa de rosto humano", pode-se ler nos cartazes afixados. À data da sua criação foi-lhes criado o rótulo de católicos, muito por culpa do seu líder Rui Marques. Mas Laurinda Alves garante que dentro do MEP o que sobressai é a diferença: crentes, descrentes, de esquerda, de direita. E depois há a mensagem positiva: o apelo à união das pessoas. Para isso Laurinda Alves é a pessoa perfeita já que, nos últimos anos ao serviço do jornalismo, sempre foi uma grande embaixadora do voluntariado e de outras causas.
Para concluir: dificilmente algum destes partidos elegerá um deputado nestas eleições europeias. Mas se tivesse que apostar, o MEP leva clara vantagem. Não só pela notoriedade da candidata mas também pelo seu empenho. O MMS está a arriscar-se a ser mais um fracasso no que respeita a movimentos de cidadãos. A escolha é fraca - basta ouvir a entrevista para perceber que não há ali, em nenhum momento, uma dedicação a estas eleições por parte de Carlos Gomes, ao contrário de Laurinda Alves - e o próprio candidato não admite a possibilidade de eleição, afirmando que o MMS está em contrução. Já a sua adversária - poder-se-á considerar Laurinda Alves adversária do MMS? julgo que sim - diz que "tem a certeza que pode ser eleita". São posturas diferentes. Será interessante ver como o eleitorado julgará estes dois novos partidos.

Pressões

Lopes da Mota é mais uma das faces do já existente Bloco Central.

Celebrações

"13 de Maio", Caetano Veloso.

maio 11, 2009

13 (4)

O candidato do PNR falou durante quatro minutos e não referiu a palavra "imigrante".

13(3)

O candidato do Partido Popular Monárquico ia passar despercebido neste debate. Solução? Dizer disparates. "Portugal é o país mais rico da Europa". Ninguém se vai esquecer daquele candidato. Isto é marketing político. E do bom.

13 (2)

O debate a 13 acabou de começar e logo da melhor maneira. À medida que Campos Ferreira anunciava os candidatos, as câmaras andavam perdidas, não acertando nos candidatos. Só acertaram nos principais candidatos e na Carmelinda Pereira. Isto promete...

Igual aos outros

De repente, o país esqueceu a crise. Não que ela tenha deixado de ser falada. Mas apenas na campanha política. Tal como se esperava, a partir do momento em que começassem as eleições os media iriam apenas centrar-se nas lutas políticas. A gripe lá do México veio também ajudar a entreter o pessoal e, agora, os confrontos na Bela Vista abrem os telejornais.
Surgiu, entretanto, o mito do Bloco Central para alegria dos jornalistas que, a cada entrevista que dão, seja a um político, a um empresário ou mesmo a um taxista, perguntam pelo tal Bloco Central (que já existe, reafirmo!). Portanto, se aqui há dois meses, ainda longe destas andanças eleitorais, estávamos todos à beira do abismo, isto de 2009 é que ia ser um ano mau, etc, etc, etc, em pleno mês de Maio a crise parece estar esquecida e fala-se de tudo menos dela. E soluções? E ideias? E rumo para este país que este ano tem três eleições para entreter o pessoal?
E é aqui que entra Cavaco em cena. O presidente lá vai lançando uns recados meios esquisitos, muito ambíguos, difíceis de traduzir. Já apelou à unidade, ao bom-senso nas contas num momento de crise, à discussão sobre temas importantes. Ou seja, parece que Cavaco é o único interessado em que se discuta o país. Puro engano. O presidente podia ter feito uma coisa muito simples. Marcar as eleições legislativas para agora, junto às europeias. Só havia boas razões para o fazer: fazia com que a abstenção eleitoral nas europeias, sempre menos concorridas, subisse; o novo governo teria mais que tempo para preparar o Orçamento de Estado de 2010 (importantíssimo). Assim, mantendo as legislativas lá para o último terço do ano, num acto meramente político, tentando favorecer o seu partido e a líder Ferreira Leite, Cavaco revelou-se igual aos outros. E é responsável directo por estarmos no meio de uma crise a discutir Maizenas. Quando, a partir de Junho, poderia o país estar a preparar-se para um novo ciclo político. Temos o que merecemos.

Caetano

O Pedro Rolo Duarte adorou o novo disco do Caetano. Eu ainda não o ouvi bem mas à primeira audição não me parece nada de especial. Gosto da "Menina da Ria" - música dedicada a Aveiro - mas parece-me que com este "Zii e Zie" vou ter o mesmo problema que tive com o anterior trabalho de Caetamo, "Cê". Demorei largos meses a gostar daquele disco, qual objecto estranho. Talvez de não estar habituado a este Caetano, cheio de guitarras, apesar de saber que este "novo" Caetano não é assim tão distinto do músico dos anos 70 e 80. Só que eu nasci com "Livro" (um dos meus discos preferidos de sempre), com "Omaggio a Giuleta e Fellini" ou mesmo com "Eu não peço desculpa", uma excelente parceria com Jorge Mautner que resultou num disco excepcional. Daqui a uns meses, provavalemente, estarei aqui a dizer maravilhas de "Zii e Zie". Mas para já não. E note-se que Caetano é o músico que já vi mais vezes ao vivo, três. Não é um qualquer artista para mim.

13

Estou mortinho para ver o que vai dar o debate da RTP, hoje à noite, com os 13 candidatos às europeias, ou seja, todos. Laurinda Alves, Carmelinda Pereira ou mesmo o candidato do PNR prometem ser os animadores-mor deste debate(?).

Empregos

Os paizinhos que tenham filhos novos, nesta época em que é difícil arranjar emprego, têm desde há uns anos para cá, uma solução rentável. Primeiro, inscrevam os filhotes em agências de modelos. Depois esperem que eles tenham uma cara laroca e saibam falar minimamente - às vezes nem é preciso. Em seguida, por volta dos 15 anos, estão a ser recrutados para o primeiro emprego (!): ou os Morangos com Açúcar ou concorrente idêntico. Depois fazem um percurso algo intermitente - primeiro estão os estudos! - mas aos vinte e poucos anos entram numa novela da noite. A partir daí é sempre a somar.
Os actores portugueses são uns privilegiados. Lembro-me perfeitamente de, há uns anos atrás, ouvir desta classe artística que não havia emprego, as pessoas não iam ao teatro - o teatro, o tão amado teatro!!!! - e que, por isso, viviam muito mal. Hoje, graças ao senhor Moniz e aos portugueses que têm paciência para ver cinco novelas por dia, os actores estão caladinhos, satisfeitinhos da vida e querem lá saber do teatro. E, obviamente, outras estações de televisão vão tentando copiar o (enjoativo) modelo da TVI e do senhor Moniz, fazendo com que haja cada vez mais actores e mais empregos. A qualidade aqui não interessa para nada. Como é fácil constatar bastando ligar para a TVI a qualquer hora da noite.

4

Esta invasão da conferência de imprensa fica para a história deste campeonato. Chamo a atenção para um aspecto: no coro "campeões olé" nota-se (demais) o acento castelhano. Pudera, são tantos...

maio 10, 2009

Hábitos

Há hábitos bons e hábitos maus. Este é um hábito óptimo. E como todos os hábitos, ao fim de algum tempo já nem se dá conta da importância que têm. Apenas quando falha. Venha o penta.
ps: farei um balanço do ano apenas depois da final da taça. E olhem que há muitas críticas.

Festas

Depois de um 0-4, de um o-3, acho que este é o ano do 0-2. O champanhe fica para a Trofa.

Gaffes

Não, não foi só um gaffe. Foram várias no mesmo dia, à mesma hora, no mesmo local. E tudo por parte de uma só pessoa. Elisa Ferreira, tentando justuficar a sua dupla candidatura, teve duas a três frases muito infelizes e, assim, faz mais por Rui Rio do que ele próprio. A continuar neste ritmo, não precisa de milhares de cartazes espalhados pelas ruas do Porto. Elisa Ferreira ou se cala, ou então vai levar um banho eleitoral. Para mal do Porto.

Com amigos assim...

Ia no carro de manhã, de rádio sintonizado na Antena 1, quando Maria Flôr Pedroso pergunta a Bagão Félix o seguinte: "Foi bom Durão Barroso ter ido para presidente da Comissão?". A resposta não podia ter sido mais clara: "Para ele foi bom de certeza". Vindo de um ex-ministro de Durão, está tudo dito.

maio 08, 2009

Dragãozinho

Eu estive lá hoje à noite e posso dizer: é lindo o dragãozinho!

nota: recuso-me a dizer o nome oficial do magnífico pavilhão.

maio 07, 2009

Pista para pesquisa

Bloco de Esquerda, Movimento Esperança Portugal, Partido Nova Democracia, Movimento Mérito e Sociedade. São os mais recentes partidos da democracia portuguesa. Dos quatro, só um deles usa a palavra "partido". Apenas estratégia ou um sintoma geral da democracia?

Não dá para ser já?

Hélton vai dedicar-se à música após a reforma.

"Fallo o caralho ta foda"

Mourinho. Lindo.

Rangel e a direita

Basta dar uma olhadela pelos blogues de direita para comprovar uma coisa: Rangel é mesmo o novo menino bonito da direita blogosférica. É compreensível. Há muito tempo que a direita reclamava para si um líder. Não o foi Durão, não o foi Santana, não o foi Marcelo, não o foi Portas, não o foi Menezes, não o será Ferreira Leite. Perante um homem como Rangel, com um passado imaculado quanto a escândalos políticos, bom orador, intelectual respeitado, é óbvio a alegria e o entusiasmo desta gente. Para já vai para Bruxelas. Se tudo correr bem, não demorará a voltar.
Mas a Rangel não basta ter a simpatia e o amor da direita portuguesa, expressa sobretudo na blogosfera. Falta o centrão. Conseguirá Rangel ser um político que recolha apoiantes nesse absurdo campo ideológico, maioritário em Portugal, chamado centro?

Estoril

Hoje, num rápido zapping televisvo, dei conta que ia haver nos próximos dias, umas conferências no Estoril com umas personalidades políticas de relevo. Aznar, Schroder, Blair, Henrique Cardoso, são alguns dos que eu percebi. Personalidades do passado que em NADA contribuiram para que este nosso burgo global fosse um pouquinho melhor. Esta velha mania de chamar ex-líderes mundias para virem conversar e dizer banalidades para gestor rico ouvir, faz-me urticária. Mas isso sou eu que sou esquisito.
Do Estoril, neste dias, só quero e vou ouvir falar de Ferrer, Davydenko, Blake, Kirilenko ou Simon. O resto é conversa da treta. Por políticos da treta.

maio 04, 2009

Koniek

Vasco Granja não faz parte do meu imaginário. Expressões como "olá amiguinhos" ou "koniek" não me dizem nada.
Granja faleceu hoje. O vídeo acima é do "Herman Enciclopédia", talvez o melhor programa da televisão portuguesa dos últimos 20 anos. Foi a primeira vez que ouvi falar de tal personagem. Lembro-me perfeitamente do meu pai me explicar quem era este senhor quando Herman decidiu "relembrar" Vasco Granja e só assim pude compreender a excelência do humor deste sketch.

Estoril Open

Decorre esta semana o maior torneio português de ténis. Graças a esse mecenas chamado João Lagos, o Estoril Open tem vindo a crescer nos últimos anos ganhando grande reputação a nível mundial. Depois de nos últimos anos o Estoril ter tido vencedores como Djokovic (!) ou Federer (!!), a edição de 2009 conta com um quadro masculino muito forte. Simon, Davydenko, Blake, Nalbandian (já foi eliminado), Fish, Ferrer, Ferrero ou Gaudio são alguns dos nomes sonantes. E, claro, Gil. Está numa grande forma mas teve azar no sorteio. Blake é muito forte e tem muita experiência. Mas nunca ganhou torneios no pó-de-tijolo. Se Gil ganhar a Blake, poderá atingir a final já que ganhará um bónus suplementar. De resto, para mim o grande favorito é Davydenko. Sem ter um ténis espectacular, é um jogador certinho e será uma supresa se não atingir, no mínimo, as meias-finais. Do torneio feminino há pouco a dizer. A sua reputação é nula quando se compara com o torneio masculino. Safa-se Kirilenko.
Uma nota final apenas para o estado do ténis português. Com Gil, Rui Machado e Michelle de Brito em grande forma, este desporto em Portugal vive os seus melhores dias. Desconfio que será uma coisa passageira. E continua a ser incompreensível como é que os desportos, sem ser o futebol, continuam em desgraça no nosso país. Olhando em particular para o ténis, é inacreditável como estamos tão atrasados em relação a Espanha. Mesmo clima, locais óptimos para haver bons campos de terra batida, o país vizinho é uma potência mundial e nós somos simplesmente zero. O ténis sempre foi um desporto de elite. Em Portugal é elitista de mais.

Maria Kirilienko

Amanhã vou estar no Estoril. Consta que esta senhora, vencedora do ano passado, também.

Bloco

O Bloco Central já existe. Só que é alternado, ou seja, nunca lá estão ao mesmo tempo PS e PSD. Costumam destruir-se sozinhos, isoladamente, para depois o outro o vir substituir numa aura de credibilidade envolta na falta de memória colectiva do país. E assim sucessivamente. Venha daí o Bloco Central. Mas desta vez, literalmente. Pode ser que se destruam os dois, de vez.
ps: nos últimos dias tem-se falado muito de Bloco Central na imprensa e blogosfera. O último a vir dar o mote foi o emocionado Sampaio. Como eu os percebo. Estão com medo do Bloco. De esquerda.

Um grande momento

Só uma italiana descarada era capaz de pedir a Novak Djokovic para imitar Nadal perante o próprio e depois de ter perdido uma final com o espanhol. Novak, sempre bem disposto, alinhou na brincadeira para delírio italiano.

maio 03, 2009

O gozo da matemática

É nestas alturas que gosto imenso da matemática.

Benfica afastado matematicamente do título.

maio 02, 2009

El clásico

Hoje é dia Real Madrid-Barcelona, talvez o melhor jogo do mundo, o clássico dos clássicos. O jogo de hoje é aguardado com muita expectativa em Espanha. Por vários motivos: desde logo porque é o jogo que pode decidir o título para o Barça, porque o Barça anda a jogar o futebol mais espectacular dos últimos 20 anos e porque o Madrid não perde na Liga há mais de 2o jogos e apenas com um empate.
Se o Barça não estivesse tão forte este ano, o mundo inteiro estaria a falar de uma época fantástica de Raúl, de um avançado talentoso como Higuaín ou de um extremo completíssimo chamado Robben. Mas Messi e companhia têm monopolizado as atenções futebolísticas. Evidentemente que o futebol do Barça é mais espectacular. Mas o rigor do Madrid desde que Juande Ramos chegou ao Santiago Barnabéu é impressionante. As contratações de Diarra e Huntelaar foram determinantes. O primeiro deu estabilidade ao meio campo juntamente com Gago. Huntelaar foi fundamental em muitos jogos devido ao seu faro de golo super apurado. Porém, o holandês não deverá ser titular já que Higuaín também está muito bem e entende-se às mil maravilhas com Raúl (que época!).
O Barcelona poderá aproveitar a pouca rapidez da defesa madrilena. Com Pepe castigado - estava a ser o abono de família da defesa - Cannavarro, Sérgio Ramos, Metzelder e Heinze não são propriamente jogadores velozes. Mas há Casillas que, neste jogos, costuma ser decisivo ao contrário de Valdéz. Veremos como Guardiola faz a gestão do plantel já que tem um jogo em Londres na quarta-feira.
Um jogaço em perspectiva.

O meu nome é Vital


Para quem não sabia quem era o candidato do PS às europeias, nada melhor do que uns empurrões, uns insultos e umas bofetadas, bem divulgadas pela imprensa, com direito a especiais de informação e tudo. Se, a partir de ontem, o número de portugueses que não sabe quem era Vital Moreira continua nuns altos 79% é sinal que a estratégia do PS falhou. Sim, estratégia. Ninguém me tira da cabeça que, ao irem ao Martim Moniz naquele dia, àquela hora, com aquele candidato, não tenham pensado que podia acontecer alguma coisa. É, obviamente, lamentável o que aconteceu e revela muita coisa daquelas pessoas. Mas não foi nada que o PS não estivesse à espera, lançando logo uma campanha de vitimização, deixando desorientados PCP e Carvalho da Silva.

O quadro acima representado foi retirado do Barómetro de Abril da Católica, ao qual cheguei através daqui.





maio 01, 2009

Playoffs

Ontem, Chicago e Boston protagonizaram um grande jogo que durou mais de quatro horas e três prolongamentos. Valeu a pena ficar acordado até às 4h para ver o espectáculo de Ray Allen, Noah ou Rose. E amanhã há o jogo sete. Fica aqui o link para o resumo do jogo de ontem. Um dos jogos do século até agora.

Dia do Trabalhador

"Trabalhador brasileiro", Seu Jorge.

Uma música fantástica que retrata muito bem a vida de muitos brasileiros mas também de outros países. Esta música faz parte do disco "América Brasil", o último de Seu Jorge, o mais social e político.

Agressão

Parece que só o PS é que é atacado por estes episódios nas campanhas eleitorais. Marinha Grande, lota de Matosinhos, agora esta agressão a Vital...Mas eu não estou a insinuar nada.
De resto, é de notar a postura de Jerónimo de Sousa. Eu, que aqui há uns dias o elogiei pelas palavras contra o presidente, não posso deixar de dizer que a postura do líder do PCP é vergonhosa. O rancor pessoal contra Vital continua existente e é fortíssimo. Curioso também ainda não ter visto a cabeça de lista do PCP, Ilda Figueiredo, tecer qualquer comentário. Falou, Rangel, falou Portas, falou Melo...Isto diz muito dos candidatos do PCP. Para tudo.

Senna

Lembrar Senna 15 anos depois. E não com o acidente mas sim com uma volta à Senna.