maio 20, 2009

Para memória futura

"Não é democraticamente aceitável que alguém se candidate a diversas eleições ao mesmo tempo", Rui Rio na apresentação da sua candidatura ao terceiro mandato na câmara do Porto.
Sobre a candidatura de Rio à câmara do Porto, não há, para já muito a dizer. Se bem que podemos constatar um facto: nesta a apresentação, a julgar pelas várias notícias que li, considerações sobre a cidade e o trabalho nela desenvolvido foram poucas ou nenhumas; Elisa Ferreira foi o denominador comum do discurso. Politicamente é compreensível. Os portuenses elegeram Rio da primeira vez porque Gomes tinha abandonado a cidade anos antes. Por isso, a etsratégia está bem montada. Mas politicamente, e é aqui que Elisa Ferreira deve apostar, também revela que Rio tem pouco para mostrar do "seu" Porto. Já veio dizer que tem as contas em dia. E depois? É só isso que interessa?
Quanto à questão de Elisa Ferreira, ela é de difícil análise. O facto de se candidatar a duas eleições distintas não é, para mim, o grande problema. Quando Elisa admite que "só vai dar o nome" e que se ganhar a câmara sai de Estrasburgo, isso sim é que é busílis da questão. Se ela mantivesse o lugar em Estarsburgo e o da Câmara do Porto, como dezenas de eurodeputados fazem, seria uma vantagem para o Porto. Sabiam que a maioria dos deputados nacionais franceses são presidentes de câmaras ou algo equivalente? E não é por aí que vem mal ao mundo. Aliás, é visto como uma coisa bastante positiva porque, assim, o Parlamento nacional é composto por alguém que conhece a realidade do país. Não é como cá em que existe um distanciamento dos cidadãos em relação às populações.
O problema de Elisa é que se candidata apenas para o PS conseguir preencher as quotas e porque não quer ser vereadora. Ou seja, só quer o Porto sendo Presidente. O exemplo de Ilda Figueiredo, eurodeputada e vereadora da Câmara de Gaia é louvável.
Quando Rio diz que não é democrático uma pessoa candidatar-se a dois cargos ao mesmo tempo está apenas a referir-se a Portugal. No entanto, aposto que Rio, caso ganhe a Câmara, não fica até ao fim a tempo inteiro no Porto. A ver vamos.

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