maio 31, 2009

Giro


Acabou hoje a centésima edição do Giro. E que emocionante foi! Obviamente o primeiro destaque tem que ser dado a Denis Menchov, o russo de 31 anos que depois de duas Vueltas consegue agora outra grande volta.

Menchov fez um bom Giro. Ganhou duas etapas, uma de alta montanha e outra um super exigente contra-relógio. Foi neste última que fez a diferença para a grande atracção do Giro, Danilo Di Luca, o vencedor de 2007. Di Luca venceu mais etapas que Menchov mas nunca conseguiu uma grande diferença. Mas foi ele o animador do Giro. Era ver sempre o italiano a atacar, já quando não tinha a maglia rosa e Menchov apenas respondia. Não houve uma única etapa em que Menchov atacasse, isto depois de ser o líder da classificação. Concedeu (e bem) a iniciativa a Di Luca que atacou como pode. Respondeu o russo sempre à altura. Pouco espectacular, contestam uns, super eficaz respondem outros. No meu entender, Menchov foi frio e calculista o suficiente para ganhar o Giro mas também não se pode tirar o mérito às respostas aos ataques de Di Luca, que foram muitos e fortes. De referir, ainda em relação a este duelo, a última etapa do Giro em Roma, um contra-relógio debaixo de chuva. Menchov, com apenas vinte segundos de avanço para Di Luca, caiu no último quilómetro deixando toda a gente sem respirar. Poderia ter estado ali a chave para Di Luca ganhar. Mas a boa prova que Menchov vinha a fazer e a rapidez com que montou outra bicicleta fizeram com que ficasse à frente do italiano. Uma última etapa emocionante.

Para este Giro havia ainda outro atractivo: o regresso de Armstrong a uma grande volta. Ficou em 12º e este resultado pode saber a pouco. Eu, que cresci a idolatrar Armstrong, achei que ele fez o Giro possível e que, mesmo assim, foi um bom resultado. Recorde-se que Lance veio de uma lesão um mês antes do arranque do Giro e, nas primeiras semanas em Itália, revelou bastantes dificuldades. Na última semana Lance, principalmente na etapa do Blockhaus, mostrou que ainda pode fazer uma grande surpresa no Tour, em Julho. Aguarda-se com expectativa.

Este centésimo Giro foi um dos mais emocionantes dos últimos anos. Para além de Di Luca, Menchov e Armstrong, houve outros que animaram as etapas. No que respita aos sprints, Cavendish foi o rei mas o velhinho Petacchi também ganhou duas etapas. Na montanha, destacaram-se ainda Pelizotti, 3º classificado e uma grande etapa no Blockhaus, e Carlos Sastre, o vencedor do Tour de 2008 venceu duas etapas de alta montanha de forma categórica: no Vesúvio e no Monte Petrano. Uma péssima etapa no Blockhaus fez com que Sastre não pudesse subir ao pódio.

Quanto a desilusões elas poderão ser apontadas a Levi Leipheimer que, com a lesão de Armstrong, passou a ser o chefe de fila da Astana, Ivan Basso, que passou à margem do Giro não ganhando uma única etapa apesar do 5º lugar na geral, Damiano Cunego que fez um Giro terrível e Michael Rogers, que está a tornar-se na eterna promessa.

Agora, venha o Tour em Julho.

1 comentário:

  1. Deste Giro, é fácil concluir que Leipheimer nunca será nada mais que um "Lance wannabe", que Basso está de volta depois de muitos o terem considerado morto e enterrado para o Desporto depois do castigo de 2 anos por doping. Ainda de facto de destacar a enorme Volta a Itália que fez um nome de nome Franco Pelizzotti, que se superou e lado a lado com Di Luca deram o tempero a quase todas as etapas de alta montanha.
    Por fim, de mencionar que na minha modesta opinião Damiano Cunego nunca passará de o que se vulgarizou no mundo da música como um "one hit wonder" e que Garzelli acabou por ser a minha grande surpresa desta volta ao conseguir chegar ao prémio da Montanha, um grande feito para um veterano como ele.

    Um abraço

    ResponderEliminar

Construções