maio 27, 2009

Europeias - análise das candidaturas

Estas eleições europeias são especiais e bastante diferentes das antecedentes. Por uma simples razão: são as primeiras de um ano eleitoral exigente e estamos no meio de uma crise internacional. Estas duas circunstâncias fazem com que os partidos políticos encarem as eleições de 7 de Junho com grande expectativa. Por isso delinearam as suas estratégias a pensar já em todo o ano eleitoral. Para mim, é possível agrupar em 3 as estratégias e respectivos partidos - apenas os principais, os mais pequenos têm todos a mesma estratégia: ser eleitos (no caso do MEP e MMS já aqui fiz a minha análise). Vejamos.

Um primeiro grupo compreende CDU e Bloco de Esquerda. Ambos optaram por escolher para cabeça de lista - o membro das listas que tem mais visibilidade - uma pessoa que já era eurodeputado na legislatura anterior e que está à vontade para discutir todos os assuntos porque conhecem de perto a realidade do Parlamento Europeu. Dentro do partido, Ilda Figueiredo e Miguel Portas são figuras conhecidas e respeitáveis que garantem os votos que tiveram na legislatura passada. Mas Portas terá mais facilidade em ir buscar votos a outros partidos do que a candidata da CDU. Pertecem, igualmente, à mesma família europeia.

Um segundo grupo é composto por PSD e CDS. As escolhas destes partidos para encabeçar as listas ao Parlamento Europeu são meramente estratégia política. Rangel e Nuno Melo, nos últimos tempos, conseguiram angariar junto da opinião pública uma popularidade pouco comum nos seus partidos e são a novas "estrelas" de PSD e CDS. Um por participar semanalmente num programa televisivo e ser uma figura com carisma e bem-falante, Nuno Melo. Outro, por ter sido líder parlamentar e por ter sido a voz do PSD contra Sócrates, a par de uma grande simpatia por parte de uma fatia grande da blogosfera de direita. PSD e CDS, que à partida para estas eleições estavam numa situação pouco confortável a nível nacional, optaram por apostar tudo nestas eleições a fim de conseguirem criar uma dinâmica de vitória a pensar em Outubro. Dificilmente Rangel e Melo ficarão em Estrasburgo até ao fim do seu mandato. O que é pouco condizente com os seus discursos de campanha. (aposto o que quiserem como isto vai acontecer).
O terceiro e último grupo engloba apenas o PS e Vital Moreira. Tem se revelado uma má escolha mas não quero entrar por aí. Sócrates escolheu Vital por, presumivelmente, ir retirar votos à esquerda. Figura respeitada, apesar de os mais novos não conhecerem este constitucionalista, Vital poderia garantir uma campanha de nível elevado no que consiste aos argumentos e debates. O facto de ser um independente também poderia fazer com que os descontentes com o Governo pudessem votar facilmente no PS. Não é uma escolha para ganhar votos mas sim para consolidar. Quase de certeza ficará até ao fim em Estrasburgo pois este será o último desafio político da carreira de Vital.

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