maio 29, 2009

Sócrates e as estratégias

Esta campanha eleitoral vem, novamente, confirmar uma tendência. Falo das estratégias eleitorais de Sócrates.
O secretário-geral do PS tem falhado rotundamente nas escolhas para os actos eleitorais e, desde que foi eleito, só ganhou três das seis eleições que houve desde 2004: legislativas, autárquicas intercalares em Lisboa (será uma vitória?) e regionais nos Açores - esta nem devia contar porque Carlos César não é uma escolha de Sócrates. Muito pouco para um partido que detém uma maioria absoluta e que, durante muito tempo, liderou destacadíssimo as sondagens.
As autárquicas de 2005, meses após um grande resultado eleitoral, foram apenas razoáveis para o PS. Não aproveitaram a dinâmica de vitória das legislativas e ficaram consideravelmente atrás do PSD. A candidatura de Carrilho a Lisboa foi o primeiro grande erro de Sócrates.
Seguiram-se as presidenciais. Escusado será dizer muito. A escolha do PS foi apenas a terceira mais votada. Soares foi, mais uma vez, um erro pessoal de Sócrates - para além do erro do próprio Soares.
Nas regionais da Madeira, o PS não conseguiu uma votação por aí além, foi na linha de anos anteriores.
E, agora, as europeias. Escolha pessoal de Sócrates, Vital Moreira tem-se revelado, a cada dia que passa, um enorme erro de casting. Não só não consegue mobilizar apoiantes e criar junto dele uma opinião de respeito - frases infelizes, desempenhos em debates paupérrimos, etc - o professor doutor de Coimbra conseguiu fazer outra coisa raramente vista dentro do PS nos últimos tempos.
Refiro-me, é claro, às opiniões distintas entre Vital e o PS. Podem dizer que há Alegre, que há António José Seguro. Bem, são apenas casos isolados. Esta candidatura tem metido os pés pelas mãos. Nem dentro da própria lista se entendem. E dentro do PS, e refiro-me a figuras com peso, já há quem discorde de Vital, outros que o apoiam, enfim, um partido completamente desunido, o contrário do que se assistiu em Espinho meses atrás. Vital provavelmente ganhará as europeias. Mas há dois meses atrás suponha-se que seria confortavelmente. Agora, ficar à frente do PSD já será muito bom.
Em suma, Sócrates, definitivamente, não acerta uma no que respeita a estratégias eleitorais. Depois de Carrilho e Soares, surge Vital para juntar à caderneta do secretário-geral do PS. E vêm aí autárquicas...

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