março 20, 2010

Sexta-Feira

O dia de ontem em Portugal foi bastante agitado. Senão vejamos.
1- Começou com Manuela Ferreira Leite dando mais um tiro no pé, mostrando que não tem jeito nenhum para a coisa. Disse ela que espera que o próximo líder do PSD "não seja escolhido pelo aspecto físico". Foi a resposta que conseguiu já que não quer dizer em quem vota - Rangel. Por que não dizer logo apoio x e quero que y perca? Toda a gente percebeu o alcance das palavras de Ferreira Leite, escusava era de ter sido numa frase absurda.
2- Depois, a birra entre Jaime Gama e o grupo parlamentar do PS (!). Primeiro porque um inexperiente secretário de estado não formulou correctamente a saudação protocular do parlamento levando a bancada socialista a aplaudir euforicamente o secretário de estado. O presidente da AR esteve bem aqui neste aspecto. Segui-se a discussão entre Lello e Gama. Por muito que me custe, Lello tem toda a razão no que apontou: os computadores dos deputados são pessoais e não públicos, como defendeu, e mal, Gama. (sobre o tema ler a opinião de Daniel Oliveira, 100% de acordo)
3- Ainda no parlamento, Isabel Alçada provou que é a única ministra do executivo que existe. Que conhecemos nós, nos últimos meses, do ministro das obras públicas? Do ministro da economia? Da ministra do Trabalho? Do ministro da agricultura? E por aí fora. A ministra da educação é a única com trabalho visível, concorde-se ou não com as suas posições.
4- O dia do pai também nos deu a oportunidade de confirmar, mais uma vez, o que há muito se sabe: José António Saraiva é uma criatura insuportável.
5- O dia terminou com Manuel Alegre ao ataque. O PEC e o governo foram os alvos. Enganou-se quem pensou que Alegre iria estar caladinho.

4 comentários:

  1. Fred,

    imagina que estás na tua faculdade. Queres aceder à internet e usas um dos computadores disponíveis. Depois, navengando na net, entras em páginas como a tua conta bancária, a tua caixa de correio, etc. Gostarias que alguém estivesse a atrás de ti a bisbilhotar? a tirar fotos? E o computador, fisicamente, não é teu. Mas o conteúdo que estás a utilizar é pessoal e, na minha opinião, não deve ser alvo de bisbilhotices.

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  2. Pois, mas o problema é que o computador dos deputados não é para aceder a essas coisas pessoais, é para usar em trabalho só.

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  3. E desde quando o trabalho do deputado é todo público?!?!?!? Imagina que ele está a trabalhar e a ler emails de cidadãos. Isso é público? Imagina que está a ler correspondência entre os membros da bancada sobre algum tema parlamentar ou sobre a ordem dos trabalhos ou mesmo sobre a estratégia a usar durante o debate, qualquer coisa desse género. Isso é público?

    E porque é as reuniões dos deputados em que preparam os temas e os debates e as reuniões da comissão, porque é que isso não é tudo público? O trabalho do deputado não se resume ao plenário. Há imenso - muito desvalorizado pela opinião pública - que é feito em comissões, em reuniões de líderes, em reuniões entre deputados de várias bancadas, etc. Mas, segundo o teu argumento, vamos tornar tudo público.

    Os fotojornalistas devem ter o bom senso de saber o que é púlico e o que é privado. Como diz o João Pedro Henriques, devem usar o crânio. Há casos em que, perante por exemplo um crime, o fotojornalista tem o dever de nos informar sobre isso. Agora, mails, sms's, contas bancárias, fotografar isto é crime, também. E querer que um deputado esteja no plenário sempre a 100% empenhado em todas as discussões que lá se travam é utópico e revela que não há conhecimento suficiente do que é o verdadeiro trabalho de um deputado.

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