Há muito tempo que não ouvia o programa da Antena1 "Contraditório". Por estar cansado de ouvir sempre as mesmas barbaridades da boca de Luis Delgado ou as mesmas profecias desastradas de Carlos Magno, mas também por ter passado a existir, no mesmo horário, um programa muito melhor, o Governo Sombra na TSF. Hoje, face à impossibilidade técnica de ouvir o Governo Sombra na Internet, fui ouvir
o Contraditório. Ainda estou de boca aberta perante o que ouvi.
Carlos Magno, o protagonista desta história, ontem passou dos limites. Eu até simpatizava com a criatura. Apesar das suas ideias, Magno tinha um estilo próprio, uma memória pouco habitual nos jornalistas portugueses que lhe permitia fazer, por vezes, boas análises políticas. Contudo, nos últimos anos tem abusado das suas previsões - Magno tem por hábito tentar adiantar-se ao futuro e adivinhar o que vai acontecer - e acertado muito pouco. Tem, igualmente, o hábito de se gabar de não ler jornais portugueses o que não é uma mais-valia para quem faz análise política - a quantidade de vezes que erra factualmente nos seus programas é gritante. Ou seja, o Carlos Magno dos últimos anos tem sido bastante fraquinho. Ontem, para mim, Magno morreu.
O tema era o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na sua intervenção, disse que não ia perder tempo com o assunto para logo a seguir dizer que a legalização do casamento homossexual poderia abrir as portas à legalização da pedofilia, dizendo que as duas coisas eram iguais já que o pedófilo também tem um desejo sexual diferente do "normal". Mesmo que tenha afirmado que estaria a ser um pouco demagógico, Magno passou das marcas e chegou ao nível da filha da putice. Que seja contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ainda se acata - mesmo para um liberal assumido como ele. Agora, dizer que entre homossexuais e pedófilos não há diferença, é demais.
ps:
o seu amigo Pacheco Pereira quase chegou ao nível de Magno.