fevereiro 24, 2011

À direita ninguém se mexe

Todos os dias, a toda a hora, ouvimos e lemos diagnósticos à esquerda e à direita do péssimo estado em que nos encontramos, na falta de capacidade política deste governo, da crise social que se avizinha - ela já existe mas é silenciosa -, da subserviência para com Merkel e Bruxelas, da inexistência de ministros, enfim, um quadro negro que se abateu sobre o panorama político, social e económico em Portugal. Mas perante isto, o que fazem os partidos da oposição, que tantas vezes se aliaram nesta legislatura para vários diplomas "menores"? Perante a moção do Bloco, resguardam-se numa golpada táctica que, a meu ver, lhes custará muito no futuro. Enquanto se aguarda o discurso do presidente na tomada de posse, Sócrates lá vai conseguindo encher o balão de oxigénio. O PSD acha que é assim que tem que proceder - o poder tem que vir parar até ao colo de Passos Coelho. Paulo Portas vai tentando tudo para ter acesso ao poder, ou numa coligação pré-eleitoral ou obtendo um resultado que obrigue a ser parceiro do PSD num futuro governo. O problema é que estes dois partidos esquecem-se de uma coisa: as pessoas estão a perder a paciência. E se antes das legislativas de 2009 ninguém previa que Sócrates e o PS ganhassem de forma descarada ao PSD - o problema foi o CDS e o Bloco - hoje ninguém pode afirmar que é uma questão de tempo para o PSD ser governo. Passos Coelho dá entrevistas das quais não se retiram frases-chave, apenas soundbites para jornalistas escreverem e nós nos esquecermos. Estará mesmo pronta esta direita para ser governo? É que uma coisa é a opinião publicada, outra bem diferente é a direita partidária. Alguém vê um rumo no PSD? Alguém encontra bandeiras de luta no partido de Passos Coelho? Hão-de ficar à espera sentados.

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