setembro 26, 2009

Reflexões da campanha

Chegou ao fim uma péssima campanha. Talvez por já andarmos em campanha desde Abril, estas últimas quatro semanas foram verdadeiramente insuportáveis. Já poucos têm pachorra para ouvir os candidatos e as análises dos mesmos feitas pela imprensa. Gastámos meio ano em campanha. Amanhã chegou o dia para acabar com a festa nacional - segue-se a regional.
PS: durante este tempo todo apostou num discurso positivo, de energia, de motivação. Lembraram apenas algumas medidas dos últimos quatro anos. Apostaram na crise internacional para se desculparem. Sócrates teve o mérito de, nos debates, ter condicionado a acção da sua maior ameça: o Bloco. Nas últimas semanas, Louçã e companhia andaram um pouco perdidos. Por isso, Sócrates beneficiou de duas últimas semanas de campanha bem tranquilas. Cavaco também "ajudou".
PSD: asfixia, medo, asfixia, medo, asfixia, medo, asfixia, medo. Ferreira Leite e os seus companheiros de partido consideraram esta a melhor forma de ganhar votos. Até pode ser que resulte. Mas duvido muito. O PSD nunca conseguiu marcar o ritmo da campanha.
CDS: Portas gosta do espectáculo, de se comover com os velhinhos, com as crianças, com os ex-combatentes, com as peixeiras. Fala sempre com a lágrima no canto do olho, emocionado, vestindo a pele de um político sensível e preocupado. A agricultura e a segurança, os seus pontos fortes de discurso. No final acabou a tentar "bater" no PSD. As sondagens dão-lhe um bom resultado. Mas, e se desta vez, o CDS não vencer as empresas de sondagens?
CDU: Jerónimo é uma simpatia e consegue uma dinâmica muito boa de campanha. Sem grandes polémicas, a CDU foi a força política que menos se destacou na imprensa mas, a julgar pelas imagens, conseguiu fortes apoios populares. Para continuar a crescer já amanhã?
BE: a fasquia está muito alta e os seus apoiantes não souberam refrear o entusiasmo. Antes de entrarem nas duas semanas de campanha, os dirigentes do BE estavam confiantes. Perderam um pouco o rumo, ajudados por uma forte bipolarização mediática. E nem o episódio Cavaco os ajudou muito. Vai crescer mas poderia crescer ainda mais. O PS tranformou o BE no bicho-papão e a estratégia resultou.

2 comentários:

  1. Muito bem Sr politologo Pedro Fragoso, desta vez além de ter gostado da análise, concordo a 100% com ela ;)

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