Cavaco não gosta do Estado. Apesar de viver nele e à custa dele, o actual presidente não consegue esconder o repúdio que tem face às organizações estatais. Na campanha presidencial que vai decorrendo, houve um momento que define todo o seu programa político. Uma senhora aproxima-se dele e conta-lhe as dificuldades que está a sofrer na pele. O presidente dá-lhe um conselho: "vá a uma instituição de solidariedade mas que não seja do Estado". Como disse Ricardo Araújo Pereira no programa Governo Sombra da TSF, esta declaração é o mesmo que o um fiel católico se dirigir a Bento XVI, pedindo-lhe ajuda para resolver problemas de consciência religiosa, e o chefe da Santa Sé recomendar-lhe uma testemunha de Jeová.
Ontem Cavaco voltou a revelar o desprezo que tem pelo sector público. O presidente que perante, por exemplo, uma greve geral nada disse, veio incentivar os alunos e professores do sector privado a manifestarem-se na defesa da sua escola. Disse que era "um sinal de vitalidade da sociedade civil". Para estes, Cavaco estará sempre pronto. Para os outros, se dependesse dele, umas bastonadas e cargas policiais seriam a medida certa.
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