Cavaco Silva - o vencedor da noite de forma indiscutível. Apesar de ter perdido votos e do resultado final estar longe de traduzir o que as sondagens de Dezembro e início de Janeiro previam, Cavaco tem toda a legitimidade para exercer o cargo conforme entender. Uma nota para o discurso de vitória em que demonstrou bastante irritação com a campanha eleitoral. Não respondeu a perguntas de jornalistas, não saudou os adversários e mostrou que dificilmente esquecerá toda a polémica que o envolveu durante a campanha.
Manuel Alegre - o derrotado da noite fez um bom discurso de derrota, curto, simples, em que mostrou dignidade. Com menos votos do que há cinco anos, foi claramente prejudicado por uma campanha que nunca conseguiu afastar o fantasma do Governo de cima de si. E, para agravar a situação, não teve consigo o eleitorado socialista mais centrista. É demasiado de esquerda para vingar em Portugal.
Fernando Nobre - cantou vitória porque considera que a maioria dos seus votos são de gente descontente com a política nacional. Engana-se. A abstenção subiu, os brancos e os nulos igualmente, portanto apenas uma percentagem curta de descontentes foi votar em Nobre. O voto no fundador da AMI foi de muito eleitorado socialista que não perdoou a Alegre - até porque Defensor de Moura teve um fraco resultado - e de muitos eleitores do Bloco de Esquerda que não gostaram da colagem ao PS. Nobre teve uma boa votação, sem dúvida, mas nunca teria sido possível tal coisa se não houvesse Alegre e se o PS apresentasse um candidato relativamente forte.
Francisco Lopes - fez uma campanha muito boa e, apesar de não ter tido a melhor das votações, o PCP pode estar contente. Superar Jerónimo era difícil mas conseguir 7,14% é um bom resultado para um homem praticamente desconhecido da opinião pública. Não conseguiu foi entrar, como seria de esperar, no eleitorado do Bloco. Mas não se ficou pelos 3% como muitas sondagens indicavam.
José Manuel Coelho - a surpresa da noite, com 4,5%. Não foi aos debates, a sua campanha quase não existiu, fez apenas umas intervenções na televisão e mesmo assim, com aquele discurso satírico, conseguiu este resultado. Destaque para a sua votação na Madeira, tendo sido o segundo mais votado. Um aviso para Jardim?
Defensor de Moura - fez uma campanha razoável mas em queda. As duas semanas de campanha não foram tão boas como a pré-campanha e isso reflectiu-se no resultado. 1,57% é muito pouco para quem queria entrar no eleitorado socialista descontente com Alegre. O seu ódio a Cavaco ficou bem expresso na recusa da saudação ao vencedor.
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