abril 11, 2011

Gelatina política


Na ressaca do comício/congresso do PS, fortemente mediatizado, Passos Coelho e o PSD sentiram necessidade marcar a agenda mediática. Como? Lançando Fernando Nobre como cabeça-de-lista por Lisboa e anunciando que será o candidato a presidente da Assembleia caso o PSD ganhe as eleições. Se o PSD dava mostras de fragilidade quanto ao seu programa, agora também são as pessoas que escolhe que sugerem muita desorientação na São Caetano à Lapa.

Fernando Nobre pautou toda a sua campanha presidencial contra os partidos, contra o sistema, contra os deputados, até contra o cargo de presidente da República ao qual concorria. Aproveitando o vazio socialista, Nobre conseguiu congregar muitos eleitores descontentes, principalmente à esquerda. Lutou pelos valores da independência, da cidadania e, mesmo depois das eleições presidenciais, deu várias entrevistas e declarações jurando a pés juntos que não iria fundar um partido ou aliar-se a um deles. Nos últimos anos, inclusivé, Nobre foi uma das vozes contra aqueles que defendem menos Estado na economia e teve uma real aproximação ao Bloco de Esquerda - a sua candidatura presidencial dividiu muitos votantes habituais bloquistas.

A sua aliança ao PSD só tem uma explicação: cheira a poder. A promessa do segundo cargo da nação é o que faz mover Nobre, ainda bêbado dos 14% dos votos na últimas presidenciais. Já para não falar na sua impreparação para um cargo político com o relevo da presidência da Assembleia.

Nobre é um figura narcísica e arrogante que não olha a princípios para conseguir o que quer desde que se lançou na política. Ter poder faz parte dos objectivos de Nobre, nem que seja necessário pôr em causa todos os princípios básicos que alimentaram a sua candidatura à presidência da República nos últimos meses. E para isso escolheu o partido certo: o PSD já demonstrou que tem uma coluna vertebral de um caracol, citando Miguel Portas. Este recrutamento na sociedade civil - o argumento da escolhe de Nobre - é mais uma prova do eleitoralismo barato do partido de Passos Coelho que está desesperado por marcar o ritmo de campanha. Para isso, recorre a todo o tipo de estratégias. Até agora, todas falhadas. O programa eleitoral poderá ser o próximo.


Fernando Nobre e este PSD são apenas gelatina política.

1 comentário:

  1. É pouco nobre ser assi

    É DE gelatina que somos feitos

    Se tivesse mudado do Benfica para o FCP

    deviam esquartejá-lo

    se mudasse para presidente ódespôs de ter sido um fixe derrotado paciência

    ahora cuspir no patego que aceitou ser sacrificado no circo

    o cristão que vai prós leões

    a torcha humana para os jardins do próximo nero

    e começar a queimá-lo tão cedo

    antes da turba chegar para ver

    é ser egoísta

    ao menos pregá-lo numa cruz

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