Serviço Público

A RTP é obrigada por lei a transmitir um jogo das meias-finais da Taça UEFA, segundo a lógica do serviço público. Não vou estar aqui a discorrer sobre se é serviço público ou não esta transmissão. O que eu sei é que, face às meias-finais existentes, serviço público não é transmitir o Bremen-Hamburgo mas, sim, o Dinamo Kiev-Shakthar. A comunidade ucraniana em Portugal merecia essa transmissão.

Leitura para estes dias

Venham mais cinco

Pelo site da Sporttv já dá para saber qual será a ordem dos jogos da 28ª jornada, não deste fim-de-semana mas do próximo. Ou seja, será a quinta jornada consecutiva em que o Sporting, que luta directamente com o Porto pelo título, jogará primeiro que os dragões. Se isto não é concorrência desleal não sei o que é. O que vale é que, pelo menos na última jornada, vão jogar todos ao mesmo tempo. Pode ser que já não seja preciso o Porto ganhar. É por estas coisas que aindo me dá gozo festejar campeonatos. Mesmo com adversários medíocres.

Cristina Branco

"Bomba Relógio", a primeira amostra do novo disco de Cristina Branco. A fantástica voz desta cantora junta-se à letra e a música fabulosa de Sérgio Godinho. Só podia dar certo.

Cartazes (2)

Vai aí uma algazarra com um erro do PS num dos seus cartazes. De facto foi um péssimo erro mas já foi corrigido e quem o detectou terá sido alguém internamente. Mas pior do que o erro na data da adesão à CEE é o outro cartaz, de uma série de três, em que se menciona o Tratado de Lisboa. Já está em vigor? Está a ser um sucesso? O que é que os portugueses lucraram com o dito Tratado? Pois, todas as respostas a estas perguntas são negativas. Ao contrário dos outros cartazes - adesões à CEE e ao Euro - o Tratado de Lisboa não representa nada para Portugal ou para a Europa. E desconfio que algum dia representará. O PS não tem nada a ganhar ao associar-se ao Tratado de Lisboa - aliás, rejeitou referendá-lo tal como prometera.

Cartazes

Sim, é mesmo assim o novo cartaz do PSD. Não é montagem. Não é aldrabice. É mesmo péssimo. A ideia da linha de apoio, a manutenção daquela mão que mais parece o coelho da playboy, tudo mau.

Cérebro

Quem acompanha futebol com regularidade, particularmente os jogos do Chelsea, sabe perfeitamente que o nível exibicional de Petr Cech baixou imenso desde que teve a lesão na cabeça que quase o paralisou. Não sei se há relação causa-efeito. Mas o guarda-redes checo deixou de fazer defesas impossíveis e passou a dar mais frangos - no Euro 2008, um monumental, p.e. - o que não era habitual.

Para além disso, a lesão na cabeça parece que também lhe afectou o cérebro. Vir dizer que a culpa de ontem não termos visto Messi se deve a Bosingwa é puro engano. Ok, concedo que ainda não tenha visto o jogo outra vez na televisão e que, ao estar concentrado na sua tarefa, não tenha dado conta de vários aspectos. Mas dizer que Bosingwa esteve impecável na marcação a Messi é mentira. O lateral português esteve muito bem na marcação mas a Dani Alves. Messi andou muito mais tempo no meio do que na linha. Logo não se pode dizer que foi culpa de Bosingwa não ter havido Messi. E mesmo que Messi tivesse passado o jogo todo na linha, a culpa não seria de Bonsigwa. Mas sim de Hiddink e do fabuloso meio-campo defensivo que montou. Iniesta e Xaci não tiveram espaço, logo não há Messi que o valha.

ps: anda muita gente aí a dizer mal do jogo do Chelsea. Mas estavam à espera de quê? Drogba, Anelka, Malouda, Lampard e Kalou todos juntos?! Foi um mau jogo? Pois foi. O United o ano passado fez exactamente o mesmo - memória curta - e foi campeão europeu e toda a imprensa disse maravilhas daquele United. O Chelsea e Hiddink fizeram o que muitas equipas fazem contra o Barcelona. Mas com mestria.

3ª pessoa do singular

Miguel Veloso, para além de bimbo, fala mal. Se calhar está tudo ligado mas esta mania de falar na terceira pessoa é bastante parva.

"Fico muito triste por ninguém vir defender o Miguel Veloso". (10 de Março)

"O Miguel está bem e vai continuar a trabalhar". (29 de Abril)

Lebron

Os playoffs da NBA já começaram. Os Cavaliers de Lebron James - o melhor jogador da actualidade - já eliminaram os Pistons, os Spurs foram facilmente superados por uns Mavericks na melhor forma, os Celtics estão a encontrar uns grandes Bulls com um grande Rose, os Lakers de Kobe e Gasol também já passaram os mediocres Jazz. A NBA é mesmo como o slogan, "where amazing happens". Para disfrutar nos próximos dois meses.

"Só discurso, só garganta não chega, camaradas"

Haja alguém, na política portuguesa, que diga o que pensa sobre a criatura que mora neste momento em Belém. Jerónimo não é como Alegre que, depois do discurso vazio do 25 de Abril, veio dizer que Cavaco fez "bom serviço público".

Soares

Soares esteve mais uma vez ontem em destaque pois foi um dos oradores do Prós e Contras. Vi apenas 10 minutos - à mesma hora, agora, a RTP2 dá o Serviço de Urgência - e foi o suficiente para perceber que: i) era um debate vazio; ii) Soares já não responde às perguntas que lhe são colocadas, responde com generalizações demagógicas. Ora, eu tenho a maior simpatia e respeito por Soares. Teve o seu tempo e foi fundamental. Só que, desde que abandonou a política, Soares não se cala. No início da sua retirada, o homem era, naturalmente, uma voz influente. Perdeu-a por culpa própria. Expõe-se demasiado, diz várias vezes a mesma coisa, a maior parte delas sem a profundidade necessária para ser ouvido com atenção. Não sei o que vai na cabeça de Soares mas as duas grandes derrotas que teve no final da sua carreira política, a corrida idiota à Presidência da República e a não eleição para presidente do Parlamento Europeu (lembram-se?), podem ter sido determinantes na cabeça do senhor para todo este comportamento. Só mesmo os jornalistas cá do burgo é que têm pachorra e continuam, com muito respeitinho, a pôr o microfone à frente de Soares.

Meias-Finais

As meias-finais deste ano da Liga dos Campeões devem ser as melhores dos últimos anos.

Arsenal - Manchester: O United é claramente favorito. Mais experiente, tem um colectivo fortíssimo. E é bastante melhor tacticamente. A lição dada no Dragão foi das coisas mais impressionantes que vi. Ferguson é o grande responsável. Para além disso tem o melhor guarda-redes dos quatro candidatos o que, nestes jogos pode ser decisivo. Quanto ao Arsenal, vai depender muito de Fabregas e Adebayor. Também poderá surgir Nasri ou Walcott mas os dois primeiros são, claramente, os melhores desta equipa. Têm uma defesa mais fraca mas, quanod são ingleses contra ingleses, é muito difícil prever. A falta do extraordinário Arshavin, por já ter jogado a Champions pelo Zenit, é um ponto a favor do United já que, nos últimos jogos caseiros, o Arsenal tem dependido muito de Arshavin. Do lado do United, o jogador chave para mim será Berbatov.

Barcelona - Chelsea: O Barcelona joga muito, todo o mundo o sabe, e é o favorito. É, também, equipa por quem torço. Mas preferia que jogassem contra outra equipa inglesa nas meias. Hiddink, já o disse, é o meu treinador favorito e, por isso, não me importava nada que ganhasse a Champions. O holandês tem feito milagres, por exemplo, eliminar o Liverpool. Drogba e Lampard são os jogadores que podem decidir mas atenção a Kalou ou mesmo ao inevitável Terry. A chave do jogo estará na forma como o Chelsea parar o meio-campo do Barça. E para isso está lá Essien. Messi, que mete medo, só fará algo caso Xavi ou Iniesta tiverem liberdade. Um grande jogo em perspectiva.

ps: por falar em futebol, deixo aqui expresso um desabafo que já fiz a um amigo: o Barça este ano não ganha nada. Espero bem que esteja enganado.

"A política escavada"

Reproduzo aqui o texto de Luis Rainha, no Cinco Dias.

"Há quem detecte no nosso Presidente uma ideologia conservadora. Mas eu creio que é bem pior do que isso. A ignorância humanística de Cavaco Silva é tão radical e auto-suficiente que tende a transformá-lo num ente apolítico. Ele vê a política como um subproduto infeliz, uma poluição fadada a obscurecer e macular o verdadeiro centro da existência humana: o Trabalho. Assim, não consegue compreender que assuntos como o «emprego, a segurança, a justiça, a saúde, a educação, a protecção social e o combate à corrupção» sejam vistos de formas diversas por cidadãos e organizações com pontos de vista políticos antagónicos.E lá desata ele a incitar «consensos» que não existem porque não podem nem devem existir. O PR não percebe que um sistema democrático funciona bem quando apresenta diferentes formas de solucionar os problema de um país, cabendo ao voto popular escolher uma.Este não é um inocente e consensual apelo à concórdia: é sim um convite à ultrapassagem e à obsolescência da própria democracia. Aquilo a que Cavaco chama «querelas político-partidárias» é o ruído do normal funcionamento da vida política moderna; se calhar é um barulho que incomoda o sono ao inquilino do palácio de Belém. Mas não é por isso que o vamos desligar."

Jornalismo

Este é um exemplo de como é fácil ser-se estúpido e, ao mesmo tempo, mau jornalista e tendencioso. Uma crónica de um jogo em que se insinua tudo e mais alguma coisa, gratuitamente. Não tenho muito tempo para lembrar ao senhor Luis Octávio Costa algumas coisas, entre elas que os dois jogadores em questão são dos que mais vezes são substituídos nesta equipa do Setúbal.

E já agora, por que razão o Porto, há quatro jornadas consecutivas, jogam SEMPRE depois do Sporting? Mas isso não interessa nada, pois não?

Condestável

Primeiro, na escola, quiseram que eu acreditasse que um tal de Nuno Álvares venceu de forma gloriosa e inteligente uma batalha frente aos espanhóis graças a uma táctica estúpida, a do quadrado. E os espanhóis, rezam as crónicas, eram bem mais que os portugueses.

Agora querem que eu acredite que o mesmo Nuno é santo pois curou com azeite a cegueira de uma criatura. E lá porque o Vaticano diz que sim, pronto, está feito.
Sou muito pouco crente, nem numa nem noutra história acredito.

A discussão do 25 de Abril

Não sei como é que os outros países vivem o seu 25 de Abril. O que eu sei é que em Portugal, a cada 25 de Abril, há debates e mais debates, bastante difundidos e realçados pela comunicação social. Debates para discutir a nossa democracia, o estado do país. Amanhã o Prós e Contras vai fazer mais um desses debates, a juntar aos muitos que tivemos nos últimos dias. Os intervenientes são sempre os mesmos. A conversa é sempre a mesma. Já não há pachorra. As nossas elites têm um grande problema: gostam de discutir o passado e o futuro, o presente não é com elas.

Discursos

Estava toda a gente, jornalistas, oposição, bloggers, muito exaltada com a possibilidade de Cavaco fazer um grande discurso contra o governo, hoje, na Assembleia. Imagino a desilusão.

Europeias (2)

O debate entre Paulo Rangel e Vital Moreira, que se realizou hoje na SIC, é capaz de ser o mais entediante de todos que haverá. A razão? Porque ambos representam PS e PSD que, na prática, defendem praticamente o mesmo apesar de os candidatos se esforçarem (mal) por mostrar o contrário. Neste debate não se falou de Tratado de Lisboa nem das suas implicações, não se falou da Turquia, não se falou no QREN, não se falou das relações europeias com outros continentes, nada, nicles, zero. Preferiu-se discutir o "combate à crise". Mais uma vez Vital defendeu as políticas do governo, Rangel atacou as políticas do Governo. Quanto à moderação de Clara de Sousa, péssima e ineficaz.

Nota final para a postura de Rangel. Terminou bem, apesar de demagógico, atacando Vital no ponto forte: Durão. Mesmo assim, penso que não terá hipóteses com qualquer outro candidato. A muito louvada capacidade argumentativa e de diálogo só resulta com o comprometido Vital. Com os outros duvido. Rangel, mais uma vez, voltou a tratar Vital como "o candidato Vital" (não o fará com os outros) e a acusar o cabeça de lista de falta de educação por este último ter dito que, um dos argumentos de Rangel, provava que o representante do PSD não conhecia o país. A resposta de Rangel é toda ela um programa e forma de ser: "eu não entro nos debates atacando gratuita e pessoalmente o adversário". Um segundo depois: "eu garanto-lhe que conheço melhor o país que o candidato Vital Moreira".

nota1: já no debate a 5, no Prós e Contras, Rangel disse que não ia enverdar pelo insulto, que ia "manter o nível do debate". Cinco minutos volvidos, "o candidato Vital tem tiques estalinistas", "não venha para aqui com a sua moral de pacotilha". Exemplar.

nota2: não sei se se vão realizar mais debates entre estes dois protagonistas. Caso a resposta seja negativa, o calendário favoreceu o PS e Vital. Não sei as audiências, nem me interessa. Mas, na véspera do 25 de Abril, numa semana em que Sócrates dá uma entrevista, não estou a ver que o debate tenha tido grande impacto.

Grândola Vila Morena

À esquerda

Através deste blogue, cheguei ao conhecimento do EUProfiler, um observatório interessante que nos propõe um teste algo completo. Para que serve? Saber com que partido(s) nos identificamos mais, quer a nível de assuntos europeus quer a nível de assuntos nacionais.

Feito o teste, analisados os resultados, o partido português com que eu mais me identifico no geral é o...Partido Humanista. Confesso, fiquei abananado. Partido humanista?!??! Mas por que raio? Fui analisar concretamente os resultados e penso que consegui compreender um pouco os resultados. Das 30 perguntas feitas, quer a mim, quer aos partidos, o partido Humanista respondeu a 12 "sem opinião", ou seja, desvirtuou por completo o resultado. E o PH não tem opinião em matérias importantíssimas. Logo, a probabilidade de estar mais perto do PH é maior já que, às que eles responderam, eu tenho posição idêntica. Noutras, em que eu "concordo completamente" ou "discordo completamente", eles não têm opinião. Ou seja, está explicado o valor de 85,4% de proximidade ao PH.

Descontando este partido, os outros resultados não me surpreenderam. 71,8% de proximidade com o Bloco (que responde "sem opinião a apenas 2 perguntas), 67,1% com o PS, 61,2% com a CDU. Apenas 35,7% com o PSD e 32,1% com o CDS. Quanto a outros partidos - o observatório contempla todos os partidos portugueses - de referir que até nem estou longe do MEP, 52,5% (a Laurinda Alves é outra coisa!), e que nao me identifico nada com o MMS, 25,7%. De notar uns esclarecedores 0,0% de proximidade ao...PNR.

Neste observatório também há dados de outros países, por isso é fácil saber com que partidos europeus também somos mais próximos.

Na Alemanha, os Verdes, o Die Linke (dissidentes do SPD) e o SPD são os partidos de quem eu estou mais próximo, 74,5%, 65,6& e 61,2%, respectivamente. Fiquei um pouco surpreso com o facto de apenas ter um nível de proximidade com a CDU de 12,9%. Principalmente se tivermos em conta que são o equivalente ao PSD português. Em França, novamente os Verdes são o partido do qual estou mais próximo com 75% de proximidade. Face ao grande número de partidos de esquerda em França não vou estar a referir-me a todos. Mas tenho um nível de identificação superior a 59% com seis partidos, incluindo o PSF, o PCF e o partido radical de esquerda. Sarkozy e a sua UMP só me são próximas em 14%. Nada que eu não tivesse à espera. Em Itália o partido comunista e a Esquerda e Liberdade são os mais próximos das minhas posições, e Berlusconi está longe, bem longe (20%)!!!

Em Espanha- tinha muita curiosidade nesta análise - o partido do qual eu estou mais próximo é a Esquerda Republicana da Catalunha. Apesar de o PSOE não estar muito longe (73% contra 70%). Pelo meio aparece a Izquierda Unida. No Reino Unido estou mais próximo do Green Party. Curioso é ver que me identifico mais com os conservadores do que com os trabalhistas (52& contra 45%). Fiquei um pouco intrigado. A resposta é simples: políticas de segurança e combate ao terrorismo, o Labour mais parece um partido de extrema-direita; apoio à agricultura (velha rivalidade entre RU e França) para o Labour não devia existir; só aqui neste dois tópicos lá se vai a proximidade elevada noutras matérias.

Quanto a outros países, a tónica é a mesma. Entre partidos ecologistas (não como o português, esse fantasma político que é o PEV) e socialistas, a diferença não é muita.

Em resumo, um gajo de esquerda, pá!

Super herói

Tentaram, tentaram, tentaram, tentaram...e, finalmente, conseguiram. Faltam é apenas quatro vitórias. Pode ser que a lesão do Hulk, que mais tarde ou mais cedo ia acontecer, não dê para o Porto perder o campeonato.

Chloe

Sou tudo menos um fanático por séries televisivas americanas. Mas Chloe O'Brien é, de longe, a minha personagem favorita. Quer pelo ar carrancudo e mal-humorado com que executa cada tarefa e responde aos colegas, quer pela lealdade a Bauer e capacidade de lhe resolver os problemas todos num instante. Mary Lynn Rajskub é o nome da actriz.

Aveiro

Parece que há um estudo que concluiu que os estudantes da Universidade de Aveiro são os mais satisfeitos com a sua universidade. Pois eu nem três meses lá aguentei, numa licenciatura.

Mas que fique claro: Aveiro é uma cidade lindíssima. E agora com o Caetano a cantá-la fica tudo muito mais perfeito. Pena não haver lá Ciência Política. Quem sabe no mestrado...

Terra

Para lembrar do dia mundial da Terra, Caetano e a sua "Terra".

A peste e a cólera

A dois tempos. Aqui e aqui. Por João Pedro Henriques.

Aviso

Camaradas de curso (principalmente as meninas),

é isto que nos espera.

Fazer opinião

Aturar quatro anos um governo de maioria absoluta, convenhamos, não é para todos. Como não estamos habituados, cansamo-nos facilmente. Isto para dizer o seguinte: há por aí, nos blogues, nos jornais, nas colunas de opinião e em alguns cafés (poucos, ainda) um óbvio ódio a Sócrates. Principalmente por parte de gente de direita.

Se repararmos nas críticas ao governo por parte de pessoas de esquerda - é só ler os blogues, os jornais - é visível que apenas se apontam defeitos políticos. Há, naturalmente, um grande cansaço, uma grande oposição política por parte deste sector. Mas, ao contrário da direita, não recorrem a campanhas de situacionismo, ou coisas do género.

Já os comentadores de direita, visivelmente irritados por Sócrates ser do PS, atacam tudo e todos, utilizando apenas um critério: o ódio. Um dos maiores exemplos chama-se Pacheco Perreira. Com a sua campanha de situacionismo, Pacheco revela-nos o que sempre foi para o país: nulo. Entretém-se a ver e a ler muita coisa e, com grande capacidade criativa, vê conspiração em tudo. Outro caso é o de Cintra Torres, o "crítico de televisão". A última crónica dele no Público é de tal forma abjecta que é difícil arranjar um adjectivo mais simpático. O Eduardo Pitta, aqui, faz uma boa análise dessa crónica.

Portanto, a estratégia de Cintra Torres e de Pacheco é simples: todos os que critiquem o governo são bons e saudáveis para a democracia. Todos os que defendam as posições do governo devem ser banidos e interditos de dar a sua opinião. Parece estúpido, não é? Pois, mas é assim que estas pessoas (quase todas de direita, insisto) se têm comportado nos últimos tempos. E assim se vai fazendo opinião em Portugal.

ps: Sócrates ao processar alguns jornalistas, principalmente João Miguel Tavares, também caiu no rídiculo.

Monarquias que seduzem

Excessos

A propósito da última cena de Sarkozy, que desbobinou insultos a vários chefes de Estado, fica aqui uma música de Carla Bruni, "L'excessive". A pensar em Sarko?

Europeias

Depois de ver metade do debate com os candidatos às eleições europeias, apetece-me dizer apenas uma coisa: vamos ter que aguentar isto até 7 de Junho?

Vital Moreira: coitado, o homem já não está habituado a estas andanças, vai ter que se acostumar porque, como ele diz, aquilo é 4 contra 1. E ele não parece, ainda à vontade, para confrontar os adversários.

Paulo Rangel e Nuno Melo: nada de Europa, estão ali como um prolongamento das bancadas parlamentares nacionais. Ou seja, discurso contra o Governo, Europa nada, muito ruído, muita demagogia, aproveitando-se, para já, da "inexperiência" de Vital.

Ilda Figueiredo: alguém tem paciência para ouvir aquela voz irritante e aquela cassete comunista repetitiva? Salva-se o facto de ter estado em Estrasburgo nos últimos anos e, por vezes, parecer saber do que fala.

Miguel Portas: o único candidato que parece, realmente, perceber dos assuntos europeus. Pode-se não concordar, pode ser um pouco excessivo, mas com ele o debate parece um pouco mais interessante.

Ou seja, vamos ter um mês e meio muito pouco interessante. Ou então deixam-se de fazer estes debates e passa-se para o modelo de frente-a-frente.

A maravilhosa CP

Desde há um par de meses a CP mudou uma das suas regras. A partir de então, não é possível comprar um qualquer bilhete de Longo Curso que tenha desconto - jovens, idosos, etc - numa bilheteira sem apresentar o documento que comprove a redução no preço do bilhete. Parece uma coisa normal. Até esta norma a coisa funcionava assim: uma pessoa comprava o bilhete, pedia desconto, não apresentava o documento na bilheteira mas sim ao revisor já na viagem. Então, qual é a razão da alteração? Não faço a mínima ideia. Não conheço ninguém que tenha viajado sem apresentar bilhete ao revisor, aliás, não desde há muito tempo a CP reforçou o número de revisores por viagem. Logo não seria por viajar ilegalmente. Que haja muita gente a comprar bilhete mais barato indevidamente? Acredito que sim. Aí, o revisor, perante a postura do passageiro, ou o obrigava a pagar a quantia em falta ou então uma multa mais severa.

Mas então qual o motivo para a minha indignação? É que, com esta medida, não posso delegar em ninguém a compra do meu habitual bilhete, apenas se esta pessoa tiver o tal documento. O que, em determinadas situações, dá imenso jeito. E não só a mim, claro. Imagino que a muitas pessoas também. Mas para complicar a CP é perita. Já vamos estando habituados.

Parvoíces

Marcelo Rebelo de Sousa acabou, há momentos, de proferir a sua missa dominical. Depois de chamar parvo a Mário Soares por este último ter dito que apoiar Durão não era patriota mas nacionalista, Marcelo teve logo a seguir o seu momento parvo. Disse que era pouco concebível, a meio de uma crise, não apoiar o actual presidente da Comissão. Bom, escuso de comentar a parvoíce que é, em si, a ideia do professor. Essa ideia peregrina de que, a meio da tempestade, mudar de timoneiro é pouco prudente, não pega. Mas o que é interessante na parvoíce de Marcelo é que, mesmo tentando arranjar defeitos a Sócrates e virtudes a Manuela Ferreira Leite todos os santos domingos, com esta declaração está a dar o seu apoio a Sócrates. Porque Portugal, tal como a Europa, vive uma crise. E se mudar Durão é pouco concebível, Sócrates e o PS saírem do governo também o seria. Aliás, é precisamente este um dos argumentos mais fortes de Sócrates.

Leo por Hélton

Pelo que leio nos jornais desportivos este senhor da fotografia, Leo Franco, guarda-redes de profissão, acaba contrato com o Atlético de Madrid no final desta época. Peço, suplico, rogo aos dirigentes e equipa técnica do Porto que tenham a gentileza e inteligência de propôr contrato ao senhor Leonardo para que este substitua o actual "guarda-redes" do Porto.

ps: desculpem lá, mas sou só eu, o Júlio Magalhães e mais duas pessoas portistas que consideram o golo ontem do "bimbo" Cristiano um frango do Hélton?!

Dia Mundial da Voz

Ella Fitzgerald e Frank Sinatra, "Can't we be friends?"

Porque é que eu não suporto o Cristiano

Acho que é um dia oportuno para transcrever aqui o texto de Jorge Fiel. Não, não é raiva que eu sinto por ontem ele ter marcado aquele golo no Dragão, mesmo à minha frente. Eu nunca gostei minimamente deste Cristiano - lamento, mas não lhe consigo chamar Ronaldo, Ronaldo há só um - aliás, há três semanas, no Dragão, em jogo de Portugal, devo ter sido o único no estádio a assobiá-lo do princípio ao fim. É um jogador banal e espalhafatoso. Para além disso é um azeiteiro.

Aqui fica o texto de Jorge Fiel.

"Posso não saber porque é que as crianças não gostam de sopa, mas sei perfeitamente porque é que já não suporto ouvir mais do Cristiano Ronaldo e respectivas família, ex-, actuais e futuras namoradas.
São estes três os motivos fundamentais:
1. É um bimbo vaidoso e por isso um péssimo exemplo para a rapaziada nova que é educada pelos Media a venerar este palhaço como um ídolo;

2. Desconfio de quem cultiva a fama de comer meio mundo (feminino) ao mesmo tempo que partilha a casa (e olhem que não é por razões económicas…) e anda para todo o lado com o ex-cunhado (amizade que eu reputo de altamente suspeita);

3. A selecção portuguesa deixou de marcar golos com ele em campo e eu, que não acredito em coincidências, não encontro outra explicação para esta maldição (que dura há cinco jogos) senão a de que a maneira gulosa e egocêntrica que ele tem de jogar é perniciosa para a equipa. Se o Carlos Queiroz tivesse tomates e sabedoria para lidar com meninos mimados como ele não se arrastava por Lisboa, a deixar crescer a barba e fazer más figuras, mas tinha ficado em Manchester e já tinha substituído o Sir Alex.

Mais tenho a declarar que a penosa e inconveniente existência do insuportável e omnipresente Ronaldo é mais um razão para ser a favor da independência da Madeira.
Assim ele desamparava a loja da Selecção e nós já não tínhamos de ter vergonha de todo o Mundo saber que ele é nosso compatriota."

Jogadores melhores que o nojento Cristiano

Messi, Iniesta, Xavi, Ribéry, Lampard, Gerrard, Torres, Eto'o, Henry, Ibrahimovic, Essien, Adebayor, Fabregas, Robben, Higuain, Huntelaar, Giggs, Berbatov, Rooney.

E podia dizer muitos mais. Mas apenas me lembrei destes em 20 segundos.

Rangel

A ideia que eu tenho de Paulo Rangel, depois de muitos debates parlamentares, é a de um político bastante demagógico e populista. A ver vamos como se sai nesta campanha para as Europeias que começou demagogicamente: nenhuma ideia para a Europa, discurso de bota abaixo, tudo contra o PS. Pelo que já vi da resposta de Vital Moreira, Rangel não terá hipóteses.

Chutos

Segundo o Público de hoje, os Xutos e Pontapés têm uma nova música que se está a tornar num hino contra Sócrates. Eu já ouvi a música e só por masoquismo ou idiotice é que uma pessoa consegue ouvir uma música dos Xutos, ainda por cima cantada pelo Kalú.

José

Logo à noite vamos ver o adjunto de Jesualdo aos saltos o relvado do Dragão, a dar instruções aos jogadores. Que a arrogância, a prepotência, o sobretudo e o estilo de José Gomes não distraia os jogadores daquilo que têm que fazer: empatar 1-1 com o Manchester nos últimos minutos.

Eleições

Nos manuais de Ciência Política é frequente ler "eleições de segunda ordem". O caso mais flagrante, ainda segundo os manuais, são as eleições europeias. Segunda ordem porque não têm tanto impacto directo na vida dos cidadãos. Seguindo esta lógica, proponho que as presidenciais portuguesas passem a ser denominadas "eleições de terceira ordem". Qualquer acto legislativo em Estrasburgo ou Bruxelas, por parte dos deputados europeus, tem mais influência do que os simbólicos e contornáveis vetos presidenciais aqui em Portugal.

Politiquices

Do PSD choveram críticas ao PS por haver divergências entre a direcção nacional e o cabeça de lista quanto à reeleição de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. O mesmo PSD (e por arrasto toda a direita blogosférica) que, durante o congresso de Espinho, reclamaram contra a unanimidade em torno de Sócrates. É o chamado preso por ter cão e preso por não ter. É confrangedor o estado a que chegou o PSD. Tal e qual ver o PS nacional apoiar Durão.

Barcelona

O F.C.Barcelona anda, de facto, a encher-me as medidas. É, tenho a certeza, a equipa que mais gostei de ver jogar na minha curta vida. Messi, Iniesta, Xavi, Eto'o, Henry, Dani Alves, tudo junto, é demais. Por isso, por estes dias, aqui à direita ficará a capa do L'Equipe do dia a seguir à humilhação imposta ao Bayern. "Les Fantastiques" é um bom resumo daquilo que aqueles senhores andam a fazer. Só lhes perdoo não ganharem a Champions se, nessa luta, se meter o F.C.Porto. De resto, não têm desculpa.

(a propósito deste tema, questionei em comentário um dos meus bloggers preferidos, Bruno Sena Martins do avatares de um desejo, sobre um texto que ele, em Setembro, tinha publicado. Nele afirmava duvidar da capacidade de Guardiola para treinar uma equipa apontando o facto de deixar sair, sem grandes objecções, Deco ou Ronaldinho. Da resposta do Bruno transcrevo esta frase sobre a equipa do Barcelona: "Ao ver aqueles carrocéis sublimes, encetados por jogadores que não gostam de prender a bola como Iniesta ou Xavi, chego à conclusão que um Zidane podia atrapalhar.")

Giamatti

Num filme, Dupla Sedução, supostamente feito para dois actores brilharem, Julia Roberts (abomino!) e Clive Owen, a minha personagem favorita é a de Paul Giamatti. Um grande actor. Saudades de Sideways...

Construção

Este blogue tinha que começar com esta "Construção" do Chico. Não só porque é Chico mas também porque é dela que foi extraído o nome do blogue. Começa aqui, portanto, uma nova construção pessoal. Quem me lê sabe do que é que eu costumo falar. Política, Comunicação Social, Desporto, Cinema, Música, entre outros, cabe tudo nesta construção. Sejam bem-vindos.