outubro 23, 2009

Novo governo

(foto via Corporações)

Sócrates demorou a apresentar o elenco governativo. Seja por uma questão de calendário ou por dificuldade na formação, o que é certo é que, mais uma vez, não houve fugas de informação.

O que salta à vista neste novo governo é a continuidade do núcleo duro. Santos Silva, Vieira da Silva, Teixeira dos Santos, Luis Amado e Silva Pereira continuam ao lado de Sócrates que, politicamente, se reforçou com Jorge Lacão, Tiago Silveira, Alberto Martins. O primeiro, que já foi líder parlamentar do PS nos primeiros dois anos de Guterres no Governo, terá uma dura tarefa. Mas, tal como Francisco Assis, a sua escolha parece ter um propósito: a experiência política em governos de maioria relativa. Já Alberto Martins terá um ministério pouco dado a visibilidade. Veremos se terá capacidade para fazer alguma coisa diferente ou se continuará a alinhar pelo mesmo diapasão dos seus antecessores: não mexer em quase nada. Tiago Silveira tomará conta da secretaria de Estado da presidência do conselho de ministros, a secretaria de estado mais política de todas, o que é manifestamente uma prova de confiança em Tiago Silveira, que já participou num governo de Guterres, também como sec. de Estado.

Sócrates teve que mudar algumas caras em ministérios problemáticos. Educação, Obras Públicas e Agricultura têm novos ministros e o 1ºministro optou, nas três pastas, por não escolher pesos políticos do PS mas sim pessoas não tão ligadas ao partido, o que não deixa de ser uma estratégia a assinalar para ministérios que provocaram muitas dores de cabeça a Sócrates. Segurança Social, Cultura e Ambiente têm também novos ministros (nos três casos, ministras) que também podem se consideradas escolhas mais técnicas do que políticas. Veremos se é desta que temos uma verdadeira ministra da Cultura e uma verdadeira ministra do Ambiente, depois dos desastres do último governo.

Por fim há que referir três manutenções, menos políticas em relação às que mencionei acima, por não corresponderem ao núcleo duro político de Sócrates. Se Ana Jorge manter-se na Saúde não é surpresa, a manutenção de Rui Pereira e de Mariano Gago pode ser entendida como um prova de confiança do 1ºministro em relação ao trabalho realizado pelos dois ministros. Mas, no meu entender, são aqueles que mais podem sofrer caso Sócrates tenha que fazer uma remodelação daqui a seis/oito meses. Se com maioria absoluta houve muito poucas remodelações, agora espera-se que o governo seja remodelado com maior frequência. A não ser que corra tudo excepcionalmente bem ao PS e tudo muito mal às oposições.

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