Francisco Lopes entrou a matar ao mencionar a ligação de Cavaco ao BPN. A partir daí, pensando o presidente que iria ter um debate tranquilo, foi só desespero por parte do candidato da direita. Seria difícil imaginar antes de iniciar o debate que Cavaco teria que recorrer a medidas suas tomadas enquanto primeiro-ministro na década de 80, teria que atacar o adversário afirmando que os portugueses não precisam de extremismos nem de pessoas que repetem sempre as mesmas palavras. Foi assim o debate.
Francisco Lopes insistiu até à exaustão - e bem - nas responsabilidades de Cavaco no Orçamento de Estado de 2011 e sublinhou várias vezes que o actual presidente sucumbiu, juntamente com o Governo, aos mercados e aos especuladores financeiros. Cavaco foi debitando banalidades, assumindo-se como uma pessoa responsável e conhecedora da realidade portuguesa, nunca respondendo concretamente às intervenções do adversário. Nervoso, por vezes até insultuoso ao afirmar que há políticos que falam muito dos mercados mas que não percebem nada do assunto, Cavaco chegou mesmo a dizer que o país não é independente, mas sim interdependente. E é a criatura presidente da República.
Nota final para a jornalista: Cavaco sabe muito o que diz quando se referiu à imprensa suave portuguesa. Nunca respondeu à questão do BPN porque a entrevistadora assim não o quis.
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