outubro 31, 2010

Novas formas de participação eleitoral - o poder das sondagens

Nos manuais de Ciência Política é usual termos um capítulo dedicado às "novas formas de participação política", referindo-se a boicotes, petições e à utilização da internet, entre outras coisas. No entanto, há que não esquecer a mais poderosa forma de participação política nos dias de hoje, a seguir ao voto: as sondagens. Querem condicionar um governo? Digam o sentido de voto que mais convém ao cenário político desejado.
Esta semana foi perfeitamente evidente o peso das sondagens na actuação do governo. Depois de várias semanas ao ataque, embalados pela confusão no PSD e por sondagens simpáticas, o PS e o governo viram os seus níveis de popularidade baixarem para valores demasiado baixos nos inquéritos à população e os socialistas tiveram que mudar de estratégia: um dia depois de terem rompido as negociações do Orçamento, pensando entalar quer Passos Coelho quer Cavaco, eis que duas sondagens obrigaram Sócrates, Silva Pereira e companhia a declarar que o Governo continuava bastante empenhado nas negociações, com um ar mais calmo e preocupado do que o habitual. Ver um primeiro-ministro ponderado, a anunciar que "se os portugueses querem um acordo, o governo tem a obrigação de lutar por ele" (citação livre), foi comovente. Que as sondagens são poderosas, não é novidade. Exemplos destes, com tão forte dimensão, é que não há todos os dias. Greve geral? Participar numa sondagem e dizerem-se eleitores do PSD - mesmo que votando Bloco ou CDS - é capaz de ter mais efeito neste governo.

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