julho 02, 2009

Le Tour 2009 - o regresso de Armstrong e os outros favoritos


Esta imagem faz parte do meu imaginário desportivo preferido. Tenho em Armstrong um dos meus ídolos preferidos no desporto mundial. As tardes de Julho daqueles sete anos foram fantásticas e dificilmente aparecerá, brevemente, alguém que consiga fazer o que Lance fazia. Não falo dos sete títulos seguidos. Falo da postura e da qualidade. O modo como ele encarava as corridas, os ataques - e foram tantos...- tudo em Armstrong era perfeito.

O Tour - uma das minhas cinco provas favoritas do ano desportivo - este ano tem a particularidade de voltar a ter Lance. Com quase 38 anos, a lenda quer voltar a mostrar aos franceses que não ganhou aquilo por coincidência mas sim por mérito. Dificilmente ganhará já que a concorrência, para além de fortíssima, é experiente. E convenhamos: Lance, por muito que ele queria parecer, não é o mesmo. Mesmo assim é com grande expectativa que eu encaro este Tour e seria fantástico vê-lo de amarelo, não digo nos Campos Elísios, mas num qualquer momento desta prova. Mas não haverá só Lance na Grand Boucle.

O americano está integrado na equipa mais forte do Tour 2009. A Astana conta, para além de Lance, com Contador - o melhor da actualidade e principal favorito - e ainda Leipheimer, Kloden e Popovych que serão cruciais para ajudarem os seus dois líderes a fazer uma grande corrida. Mas aqui é que está o problema da Astana: ter Contador e Armstrong, que nem grandes amigos são, pode ser prejudicial se ambos estiverem fortes. Mas basta um mau dia de um na montanha para ceder logo a liderança ao outro. Destaque para Paulinho, que será igualmente importante para ajudar a equipa a ganhar por equipas.

Os outros favoritos são óbvios. Carlos Sastre, vencedor no ano passado, mudou de equipa e tem a Cérvelo a trabalhar inteiramente para ele. Haussler, Marchante e Gustov terão que estar à altura na montanha para levar Sastre pelo menos ao pódio. O espanhol fez um bom Giro, no qual não apostou forte, e está pronto a mostrar que a vitória do ano passado não foi apenas por não haver Contador. Para Armstrong, Sastre é o favorito.

Outro grande favorito é o gigante russo Dennis Menchov. Vencedor do Giro em Maio, de uma super calculista, esta táctica poder-lhe-á ser favorável já que os holofotes não estarão sobre ele. Lidera uma equipa não tão forte como as outras dos principais adversários e isso pode será o ponto fraco para o russo. Mas em Itália ele provou que, mesmo sem a sua equipa, conseguiu ganhar. A ter em conta.

A SaxoBank, ex-CSC, é a nível colectivo uma das mais fortes e quererá, por certo, algum destaque. Seja na geral por equipas, na montanha, ou mesmo na geral individual. Falta saber até que ponto os manos Schleck, principalmente o Andy, estarão preparados para lutar em todas as etapas de montanha. Mas uma equipa com os Schleck, Cancellara, Voigt ou O'Grady não pode ser esquecida.

Falta uma grande candidato, poderei até dizer eterno. Cadel Evans, o australiano da Silence. A grande Dauphiné Liberé que fez - ficou em segundo atrás de Valverde que não participa - deixou-me boquiaberto e acho que está pronto para atacar a camisola amarela. O facto de haver muitas atenções em Contador e Armstrong favorece todos os outros candidatos, principalmente Evans. Ter perdido Dekkor, dias antes do início da prova devido a controlo positivo de EPO, foi um revés. Dekkor seria uma grande ajuda.

Não haverá muitos mais favoritos. Pozzato, Arroyo, Pelizzotti, Rogers ou Bruseghin são apenas outsiders. Poderão fazer uma ou duas grandes etapas mas duvida-se que consigam fazer um grande Tour. Mesmo assim não se pode ignorá-los. Uma breve referência para Rui Costa, colega de Arroyo na Caisse d'Epargne. Ele e Paulinho são os únicos portugueses. Poderá supreender Rui Costa já que está a fazer uma boa época.

Quanto aos perfil das etapas, o facto de haver três contra-relógios será decisivo. Os dois individuais, principalmente o da última semana, mais o de equipas, são etapas que, devido ao seu perfil, podem retirar alguns ciclistas da corrida. O do Mónaco, na primeira etapa de 15km, será um bom teste. De resto haverá 7 etapas de alta montanha e todas bastante consecutivas o que torna tudo mais aliciante. Nas etapas planas espera-se festival Cavendish. Serão três semanas cheias de emoção.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Construções