Quem já fez exames nacionais sabe que são uma farsa. Os maus alunos são beneficiados e os maus prejudicados. Acontece isto sistematicamente, em quase todas as disciplinas. As razões são várias: critérios de correcção, os próprios professores correctores, a própria estrutura do exame.
Lembro-me perfeitamente do meu exame de Português do 12ºano, ainda o saudoso Português A onde, de facto, os alunos de Humanidades entravam em contacto com vários autores portugueses - agora todos os alunos aprendem meia-dúzia de coisas e já é suficiente para esses grandes gurus dos programas lectivos. Nesse exame, metade da minha turma tinha tido um corrector. A outra metade, outro. Nessas duas metades havia, em ambas, alunos médios, alunos bons e alunos maus. O que é que aconteceu: a primeira metade da turma teve notas acima de 15 - mesmo alunos com média de 9 ao longo dos três (!!!) anos de secundário - e a outra metade não teve notas acima de 15, mesmo tendo alunos com média de secundário acima de 16. Justíssimo, não acham? Não sei qual é o critério para se ser corrector mas sei que, a nível do secundário, são os professores a pedirem essa função e recebem bastante bem por isso. Não deveria haver uma prova para saber se os professores sabem ou não corrigir?
Este é apenas um pequeníssimo exemplo do que se passa com os exames nacionais. Tudo o que se ouve na comunicação social é apenas ruído. Eu sou favorável a exames nacionais. Mas não a estes. E atenção, os exames nacionais são apenas o espelho dos problemas do ensino em Portugal: programas, cargas horárias lectivas, avaliação de professores...
Embora possas ter razão em tudo o que dizes, é impossível num exame nacional o próprio professor que dá a disciplina ser o corrector dos exames dos seus alunos. Normalmente nem sequer da mesma escola são. Além disso, os critérios de correcção são os mesmos para todos e estão disponíveis ao público em geral, por isso não pode ser também por aí que a coisa falha, a não ser que quem os corrija os aplique mal, e aí é caso para pedir revisão!
ResponderEliminarMais, acrescento que ao contrário do que dizes não são os professores a propor-se para corrigir exames nacionais! E ganham MUITO mal por esse serviço!
ResponderEliminarFred,
ResponderEliminarnão disse que tinham que ser os professores dos alunos a corrigir. Nem acho que tem que ser assim. Acho é que têm que ser feitas bastantes alterações nestes exames da treta, porque o são. E nem comento o facto de serem fáceis ou difícis, não é por isso que surgem os problemas que referi.
Quanto aos professores: tinha mesmo a ideia que eram eles, no secundário, que se candidatavam a ser correctores. Sei que para as provas de aferição assim não acontece.
Não sei o que quer dizer ganhar "muito mal"...Lembro-me de uma vez uma professore minha referir números que eu considerei interessantes (não me lembro ao certo).
Desculpa, quando disseste "os próprios professores correctores" percebi isso.
ResponderEliminarTambém não te sei dizer ao certo. Mas feitas as contas deve andar à volta dos 2€ por exame, nem tanto. E não pagam as deslocações (sim, porque os exames não vão ter às respectivas escolas).
Mas já agora: sabes qual é o critério para dar a professores a responsabilidade de corrigir os exames? É que, se tal como tu dizes, não são eles que se candidatam, como é que eles escolhem?
ResponderEliminarNão sei, mas vou tentar saber.
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