O novo programa de Pacheco Pereira da SIC-Notícias tem feito correr muita tinta. Desde logo porque surge a três meses de eleições e porque Pacheco tem um ódio a Sócrates demasiado grande para ficar apenas expresso pelo seu Abrupto. Portanto, toca a ter um espaço só para ele em horário nobre.
Eu vi o programa e achei-o entediante. Não que a ideia não seja boa mas a figura de Pacheco é, toda ela, impeditiva de seguir o programa. Eu sei que ele avisa que ali só se faz opinião. O problema é que a opinião de Pacheco não é parcial, é uma espécie de
hooliganismo da opinião em Portugal. Estou curioso para ver se o
Ponto Contra Ponto continua depois das eleições.
Muita gente escreveu sobre este tema. Aqui ficam alguns exemplos.
O primeiro é a crónica de Ferreira Fernandes. Na íntegra:
"Pacheco Pereira tem um novo programa, sobre opinião - Ponto Contra Ponto, na SIC Notícias. Um programa de "opinião, opinião, opinião." A minha opinião: nenhuma opinião vale mais, em Portugal, que a de PP. Alguém que lembra a importância da hesitação no discurso televisivo de Vitorino Nemésio (a quem PP dedicou o seu programa) deve ser escutado. É uma luta necessária, a de PP, contra o "demasiado espectáculo e a pouca razão" na Comunicação Social portuguesa. Mais uma razão para o criticar. No primeiro Ponto Contra Ponto, PP abriu as páginas de procura de emprego do Correio da Manhã, de 26/06/2009, para concluir sobre os maus tempos em que vivemos. Fui ver esse CM: havia 52 anúncios de procura de emprego. Há 15 anos, o CM de 27/06/94 (não escolhi o de 26 porque foi domingo) tinha 104 procuras de emprego. Julgo que seria pouco razoável - PP até diria mais: situacionista! - alguém dizer, à luz dos anúncios do CM, que ao fim de nove anos de Governos de Cavaco (1985-1994) havia o dobro de desemprego que temos hoje... Conclusão: em televisão, abanar as páginas de anúncios de um jornal é demasiado espectáculo. Nemésio hesitaria, pensava e não o faria."
[é deliciosa a forma como Ferreira Fernandes reduz Pacheco a PP e não a JPP como ele próprio tanto gosta]
Bruno Sena Martins escreve um texto mais analista e bem imparcial:
Já o Val descreve da melhor forma o grande momento do programa de Pacheco:
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