agosto 31, 2009

Mediocridade


A Courrier Internacional traz este mês um artigo muito interessante do Der Spiegel. O assunto é a mediocridade da maioria dos actuais protagonistas políticos mundiais, principalmente numa conjuntura de crise mundial. O grande protagonista é Durão Barroso. Deixo aqui alguns excertos:


"A próxima oportunidade para eleger Durão Barroso será a 15 de Setembro, mas talvez então nada aconteça já que também alguns correligionários democratas-cristãos começaram a distanciar-se do seu candidato. Durão Barroso tornou-se numa figura tragicómica. Já quase ninguém o tem em grande conta. Na verdade, há agora muita gente que o critica e espalha calúnias maliciosas acerca das suas tentativas desesperadas para conseguir o apoio dos seus antigos defensores. Um destes, a chanceler alemã Anglea Merkel, que em tempos o ajudou a conseguir a nomeação, ridiculariza-o agora por recorrer tantas vezes a ela.

(...)Este [Barroso] deixou de ter qualquer autoridade significativa, se é que alguma vez a teve. A questão que se coloca é saber por que motivo os líderes europeus o escolheram?(...) A razão é óbvia, diz um dirigente da Europa do Sudeste: a UE agarra-se a este homem, conhecido pela sua fraqueza, por razões de conveniência e porque a procura de uma alternativa iria provavelmente desencadear maiores conflitos.

(...) É óbvio que esta gritante falta de iniciativa ao mais alto nível não é benéfica para uma instituição como a UE. (...) Não serve de consolo o facto de outras organizações importantes, que tentam desempenhar um papel importante na política mundial, terem optado por uma abordagem semelhante [escolha de dirigentes sem iniciativa política, p.e. NATO, ONU ou Banco Mundial]. (...) A sua selecção assenta no princípio da mediocridade e eles são incapazes de estar à altura das possiblidades que os seus cargos oferecem. Porém, concretizar as potencialidades desses cargos parece ser exactamente aquilo que os países e líderes nacionais que os escolheram querem que eles façam.

(...) O salto da política nacional para o nível internacional é imenso e, em muitos casos, os recém-designados ou nomeados dirigentes vêem-se confrontados com a tarefa de chefiar gigantescos aparelhos burocráticos com uma linha de independência. Em geral, depressa se torna evidente se são ou não capazes de enfrentar o desafio e se vão ou não desenvolver a ambição de assumir o controlo ou se se submetem aos desejos dos grandes países."


Enquanto aqui em Portugal iremos estar entretidos com as "nossas" legislativas, na Europa, para além da eleição da presidência da Comissão, também teremos eleições legislativas na Alemanha. Dois assuntos muito importantes a seguir com muita atenção.

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