agosto 13, 2009

Pennetta, Clijsters e Michelle Brito


O ténis é a modalidade que mais destaque dá à vertente feminina. Quer em termos de qualidade de jogo quer em termos de visibilidade e notoriedade mundial. Por isso, no últimos anos temos assistido a uma enorme chuva de estrelas no circuito feminino de ténis. A maior parte delas cadentes, algumas com sucesso, outras sem nenhum. O caso mais flagrante, e o início de uma saga, é o de Kournikova. A partir dela, Sharapova, Ivanovic, entre outras.

Outro factor que tem arruinado muitas carreiras no ténis tem sido o início de carreira precoce por parte das atletas. Hinguis, Capriatti ou Davemport são exemplos de tenistas que atingiram o cume muito cedo e que, depois de paragens longas, voltaram ao circuito - só Capriatti com bastante sucesso. Enquanto Justine Henin não regressa, mais a sua esquerda fabulosa, a outrora rival belga Kim Clijsters voltou à competição depois de ser mãe. Já foi número 1 mundial mas nos últimos anos em que competiu não estava já ao melhor nível. Parou e parece que lhe fez bem. Acabei de a ver derrotar Kuznetsova de forma categórica. As dificuldades no serviço ainda são visíveis mas pode chegar longe no US Open, já que o circuito feminino é bastante fértil em surpresas.

Mas a outra notícia do dia do ténis feminino foi a vitória de Flavia Pennetta sobre Venus Williams. Apesar de eu não gostar da americana, não é por isso que eu refiro este resultado. Com a vitória em Cincinnati, Pennetta tornou-se na primeira italiana a chegar ao top-10 mundial. E isto com 27 anos.

Este dado é o mais relevante. Desde que acompanho ténis com regularidade, ou seja, há mais de dez anos, Pennetta é um nome que eu já ouvi várias vezes. Principalmente quando o motivo são derrotas em rondas inaugurais de torneios importantes. Pennetta não teve, ao contrário de outras suas colegas, um sucesso muito precoce. Foi sempre uma tenista razoável sem grandes resultados. Mas não desesperou e continuou o seu caminho. Ao fim de estes anos todos consegue entrar mo top-10.

E é agora que eu quero chegar ao ponto crucial do texto: Michelle de Brito. A portuguesa, com apenas 16 anos, já está no top-100 do mundo e a imprensa portuguesa já faz dela uma estrela, depositando em Michelle todas as esperanças de termos uma grande tenista de nível mundial. A própria imprensa internacional também já a conhece devido aos seus gritos - são de facto terríveis, pude-o confirmar no Estoril este ano.

O talento de Michelle é inquestionável. Também por frequentar a mesma academia, o seu estilo é parecido ao de Sharapova. Atacar, atacar, atacar é o lema da tenista que raramente defende uma bola, mesmo em terra batida. Aos 16 anos é normal esta inexperiência. E só com um processo de aprendizagem longo mas correcto e longe da pressão mediática Michelle vai fazer a diferença.

Os seus treinadores têm que perceber isto: ou querem que Michelle seja, de facto, uma boa/muito boa jogadora mundial durante um largo período ou então querem que ela chegue o mais depressa possível ao topo para depois cair mais rapidamente que a subida.

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