"A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá..." (Chico Buarque)
dezembro 22, 2011
Sobre o tratamento noticioso da auditoria cidadã
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Crónica de uma morte anunciada
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É isto o PS - refém de Sócrates
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Secretários de Estado
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A privatização da RTP

O episódio (pouco) Nobre
O dia da votação do nome de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República vai ficar marcado na história como um dos mais patéticos de sempre da política portuguesa porque foi o culminar de todo um processo mal conduzido por parte de Nobre e, sobretudo, Passos Coelho.
Tudo começou num convite que Passos Coelho fez mas que sabia que não poderia cumprir caso não tivesse maioria absoluta e na aceitação do mesmo por Fernando Nobre quando dois meses antes jurava a pés juntos que não ia aceitar nenhum cargo político-partidário. O imbróglio foi sério e Nobre teve que abdicar do seu pensamento – alguém ouviu alguma declaração de Nobre durante a pré-campanha e a campanha eleitoral?
Passos Coelho arriscou demasiado ao propor alguém que não é ele que elege – mas sim os deputados por voto secreto – mas mais grave foi propor um nome que, meses antes numa campanha presidencial, declarou todo o seu ódio à classe política, com os deputados em particular destaque. Lembram-se num debate com Francisco Lopes em que Nobre acusou o seu adversário de ser também ele culpado da crise porque era deputado?!
O Parlamento chumbou, e bem, o nome de Nobre. Aquela instituição jamais poderá ser presidida por um cidadão que é um populista bacoco e demagogo, que usa o discurso anti-políticos como bomba de oxigénio mas que se aproveita da classe política para passear na praça pública o seu nome e o seu trabalho. E não se trata aqui de eleger ou não independentes, como argumentou Passos Coelho. A independência de Fernando Nobre acaba onde começa: no seu umbigo. Para tal basta ter visto a forma como ainda quis ir a uma segunda volta, não pensando no vexame que estavam a sofrer o líder do partido que o acolheu e a bancada parlamentar onde se senta.
junho 21, 2011
Villas-Boas

junho 19, 2011
O novo governo
junho 16, 2011
O 10 de Junho
junho 12, 2011
O erro do Bloco
junho 05, 2011
Noite eleitoral - o que está em jogo
junho 03, 2011
Declaração de voto
Domingo o voto reveste-se da maior importância porque nas urnas os portugueses julgarão quem nos trouxe até aqui e escolherão que modelo querem para o futuro do país. E perante isto, eu não tenho dúvidas em castigar o modelo de governação política que nos acompanha há 30 anos e escolher um caminho diferente para o futuro.
E desengane-se quem pensa que uma simples mudança de cara na chefia do executivo alterará o nosso futuro. Quer o PSD, super encostado à direita e com um programa radical sem um pingo de preocupação com a crise social que atravessamos, quer o CDS, com um líder que é um camaleão político, sem qualquer ideia e ideologia, e que quando se encontrar no poder será um perigo tal é a gelatina de que é feito, estes dois partidos, portanto, não alterarão nada ao rumo que temos vindo a trilhar no que respeita à subserviência económica perante os grandes interesses empresariais e perante a União Europeia.
Sim, foi esta subserviência que o PS praticou nestes últimos 16 anos. Apesar de algumas bandeiras importantes e de terem contribuído para um progresso nalgumas áreas – modernização administrativa, ciência e tecnologia, as chamadas “causas fracturantes” – e mesmo tendo alguma consideração por valores de esquerda na defesa (e nem tanto no desenvolvimento) de princípios básicos como a Educação, a Saúde ou a Segurança Social, a verdade é que vivemos uma crise social gravíssima com a qual o último governo pouco se preocupou. E o actual 1º ministro, novamente candidato ao cargo, é um político pouco digno – mentiras, não cumprimento de promessas, por exemplo - e que tem demonstrado pouca capacidade para atacar os problemas do país, apesar do mérito da persistência e da mestria comunicacional. Sócrates é um homem que vive consoante o momento e o que nós nestes tempos não precisamos é de um governante que é Keynesiano às segundas, quartas e sextas e liberal às terças, quintas e sábados. E escusam de pôr as culpas na crise internacional. Sim, a crise desencadeou tudo mas as respostas à crise que o PS pretende dar são impostas por quem provocou a crise. E isso é inaceitável.
Perante um cenário em que o partido de centro-esquerda se encontra na fase mais à direita da sua história, o meu voto, um voto de um eleitor convictamente de esquerda, nunca poderia ir para um PS moribundo, sem debate, sem personalidades fortes e que defendam a esquerda. Sobram, portanto, duas alternativas.
Uma delas, o PCP, nunca terá o meu voto enquanto estiver coligado com esse embuste chamado Partido Ecologista os Verdes, que ninguém sabe o que é, o que defende e o que pretende para o país. Aliado a este facto, o Partido Comunista é uma associação fechada sobre si e com poucas personalidades capazes de liderarem um projecto nacional.
Por exclusão de partes, o meu voto será no Bloco. Mas não pensem que voto Bloco como um mal menor. Voto no Bloco por convicção. Este partido teve a minha confiança em 2009 e defraudou-me um pouco as expectativas devido à sua acção no Parlamento. Pensava eu que Louçã e companhia estavam preparados para assumirem maior responsabilidade no que toca decisões políticas. Principalmente porque não tiveram a força eleitoral para, juntamente com o PS, aprovar leis no Parlamento, o Bloco não quis tomar as rédeas da responsabilidade e, tacticamente, resguardou-se na oposição pura e dura. No meu entender sofrerá com isso nas urnas no domingo. Porém, será isto suficiente para não depositar a minha confiança no Bloco?
Julgo que não. Principalmente pelo discurso e pelo programa, o Bloco de Esquerda terá o meu voto porque é o único partido que defende os valores da esquerda, da justiça social, do emprego, da igualdade e não pactua com a subserviência mencionada acima. E, talvez a maior razão, ao votar o Bloco não terei surpresas consoante a época política do momento. Revejo-me no programa, nos seus valores, nas suas propostas.
Domingo votarei Bloco. Votarei à esquerda. Votarei contra o FMI, contra a União Europeia, contra o caminho que nos querem impor e que nos guiará a mais recessão e a mais desemprego.
maio 31, 2011
O PS
Após seis anos de governação socrática, o PS é um partido moribundo, sem rumo, sem ideias, refém da perseverança e teimosia do líder que secou tudo à sua volta. Após seis anos de governação socrática, o país está pior. Bem podem remeter a culpa da crise para o exterior. E em grande parte é bem verdade. Mas não se pode esquecer que este é o PS mais à direita de sempre e que, tão depressa se julga Keynesiano (2009) como a seguir está a aplicar as medidas do FMI (início de 2010).
Que Sócrates seja um génio comunicacional, não há dúvidas. O seu discurso ao longo dos últimos dois meses é uma inversão inteligente das coisas: a culpa da crise política é do PSD, a culpa da crise económica é do exterior, e nós somos os homens da esquerda moderada que vai salvar o país com o seu plano de crescimento de apoio ao Estado Social. Mas Sócrates esteve na oposição ou no governo? O que é facto é que com este discurso – e com ajuda da CDU e do Bloco – conseguiu criar a imagem do PSD como os neoliberais perigosos e reaccionários (que o são) na perfeição, deixando livre para si o espaço para defender os pilares do Estado Social. quando o andou a destruir nos últimos seis anos.
Após seis anos de governação socrática, são poucas as bandeiras do governo: energias renováveis, modernização administrativa, algumas medidas na educação (com os seus problemas, mesmo assim), os direitos das minorias e pouco mais. Na área da Justiça, zero. No Ambiente, nem se conhecem os ministros. No ensino superior, um péssimo Mariano Gago, enfim, uma colecção de ministros inúteis.
O pós-5 de Junho no PS é uma incógnita. Uma derrota por poucos não é suficiente para a saída de Sócrates ser inevitável. E mesmo que o secretário-geral do PS esteja disposto a sair, o PS enfrentará uma longa travessia no deserto à procura de um líder forte. Até porque não tardarão novas eleições legislativas – até 2013, parece inevitável sem uma maioria absoluta do PSD. O problema é que o PS está morto e mal entregue, a incompetência reina por esse país fora nas estruturas socialistas e será uma transição muito dura. E a culpa disto tudo não é nem da crise, nem dos especuladores, nem da chumbo do PEC.
O PSD
Passos Coelho vai ganhar as eleições. Porém, será uma vitória curta para quem, há pouco menos de um ano, tinha todas as condições para conquistar uma maioria absoluta. O que deitou tudo a perder? Impreparação, contradições entre os seus dirigentes, prestações pouco esclarecedoras nos debates e, acima de tudo, tiros no pé como Fernando Nobre, o tema do aborto ou as contradições entre o discurso do líder e o programa eleitoral.
Passos Coelho ganhará, vai aliar-se com o Paulo Portas e, caso continue a demonstrar a sua tremenda falta de jeito para liderar um partido, a sua liderança do governo será curta. Em primeiro lugar, porque terá que comandar uma coligação e nunca é fácil gerir uma situação destas. Depois, o seu partido não estará unido porque queria uma vitória esmagadora. Por último, os tempos de crise económica e social não darão descanso a Passos Coelho e à sua agenda liberal.
O PSD teve um ano para se preparar para ser governo. Derrubou o executivo de Sócrates quando quis e nem assim vai conseguir uma grande votação – entenda-se, maioria absoluta. É uma vitória mas veremos por quanto tempo.
maio 30, 2011
Contador
maio 29, 2011
O Bloco

maio 25, 2011
F.C. Perfeito
Paulo Portas e os partidos da esquerda

maio 23, 2011
Sondagens
maio 17, 2011
Os debates
maio 13, 2011
Catroga
